O cachê do cantor sertanejo Gusttavo Lima por sua participação como garoto-propaganda da Mega da Virada em 2021 foi colocado sob sigilo de 100 anos a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o Portal da Transparência do Governo Federal, a Caixa Econômica Federal desembolsou mais de R$ 10 milhões na campanha. Não houve especificação sobre o uso ou destino da verba. A loteria premiou os dois vencedores do sorteio com mais de R$ 300 milhões, cerca de R$ 162 milhões para cada.
As informações foram dadas primeiramente pelo site Movimento Country.
Caixa nega relação com sigilo de cem anos
Em nota, a Caixa Econômica Federal alegou que não houve imposição de sigilo sobre o cachê pago ao cantor sertanejo na campanha da Mega da Virada.
"A CAIXA esclarece que a divulgação dos valores aplicados em publicidade é feita em domínio público, com acesso facilitado a todos os interessados, não havendo qualquer imposição de sigilo no cachê pago ao cantor Gusttavo Lima na campanha da Mega da Virada de 2020."
A instituição financeira ressalta ainda que o contrato foi firmado diretamente entre a empresa que cuida da carreira do artista e a agência de propaganda contratada via licitação.
Confira, a seguir, a íntegra da nota enviada pela Caixa:
A CAIXA esclarece que a divulgação dos valores aplicados em publicidade é feita em domínio público, com acesso facilitado a todos os interessados, não havendo qualquer imposição de sigilo no cachê pago ao cantor Gusttavo Lima na campanha da Mega da Virada de 2020.
A CAIXA, estimulando a transparência pública e entendendo-a como essencial para o fortalecimento da democracia e desenvolvimento da cidadania, registra todas as despesas com publicidade mensalmente no endereço eletrônico https://www.caixa.gov.br/acesso-a-informacao/despesas-publicidade/Paginas/default.aspx .
Os valores pagos de cachê são divulgados em até 90 dias após a finalização, como gasto referente ao mês, por agência, no item “Cachês”. Mensalmente, são detalhadas as principais informações sobre a execução dos contratos, cumprindo o princípio da transparência ativa, em linha com as práticas legais da administração pública.
O banco esclarece que a contratação do artista foi realizada via contrato de direito de uso de imagem entre a empresa que administra a sua imagem e a agência de propaganda contratada via licitação, nos termos da Lei 12.232/2010, que regula a contratação de agências de propaganda no Governo Federal.
Escritório do cantor diz que notícia é fake news
O escritório de Gusttavo Lima também negou, através de um comunicado, a relação com o sigilo de 100 anos. Segundo o Balada Music, a notícia é fake news e "medidas jurídicas serão tomadas". Veja a nota na íntegra:
A BALADA MUSIC, escritório do cantor Gusttavo Lima, vem por meio deste informar que se trata de *fake news* a notícia que está circulando na internet a respeito de um possível sigilo de 100 anos, imposto ao cachê recebido pelo artista para a Campanha da Mega da Virada de 2020.
Por se tratar de uma empresa pública, a CAIXA faz a divulgação dos valores aplicados em publicidade em domínio público, com acesso facilitado a todos os interessados, não havendo qualquer imposição de sigilo. Esclarecemos ainda que, conforme já dito pela própria instituição, a contratação do artista foi realizada via contrato de direito de uso de imagem com a agência de propaganda contratada pelo banco CAIXA via licitação, nos termos da Lei 12.232/2010, que regula a contratação de agências de propaganda no Governo Federal.
Por fim, pontuamos que não toleramos fake news e que medidas jurídicas serão tomadas.
Apoiador de Jair Bolsonaro
Gusttavo Lima apoia publicamente Jair Bolsonaro e é amigo íntimo de Jair Renan, o filho mais novo do presidente. Pouco antes do segundo turno das eleições, o sertanejo se reuniu com o chefe do Executivo em Brasília, acompanhado de outros cantores, como Zezé di Camargo, Chitãozinho e Leonardo.
Esta é mais uma polêmica com dinheiro público envolvendo o nome de Gusttavo Lima. Em maio deste ano, os Ministérios Públicos de vários estados deram início a uma investigação contra o sertanejo por cachês superfaturados em shows realizados sem licitação por prefeituras.
Em meio à polêmica, o cantor decidiu fazer uma live em seu perfil no Instagram e chegou a chorar, alegando que estava sendo perseguido. Ele afirmou estar a ponto de "jogar a toalha" e que "não compactua com dinheiro público" .
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