Nesta terça-feira (23), o procurador-geral da República, Augusto Aras, publicou uma nota dizendo que a operação contra empresários bolsonaristas que enviaram mensagens golpistas em um grupo de WhatsApp, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, não teve a participação da Procuradoria-Geral da República.
Aras relatou que só soube da investigação depois que ocorreu a deflagração da operação. O PGR afirmou que não teve acesso aos autos e criticou o comportamento do magistrado. Na avaliação dele, a atitude é um “procedimento não usual”.
“O procurador-geral da República, Augusto Aras, esclarece que tomou conhecimento, nesta terça-feira (23), da existência da petição 10543 em tramitação no Supremo Tribunal Federal. Os autos ainda não foram remetidos à Procuradoria-Geral da República para ciência formal da decisão do dia 19 de agosto, que determinou as diligências cumpridas nesta manhã”, diz trecho da nota.
“Informa também que não houve intimação pessoal da ordem, conforme previsão da Lei Complementar LC 75/93 (art. 18, II, “h”), apenas entrega – em procedimento não usual – de cópia da decisão, na tarde de ontem (22), em sala situada nas dependências do STF, onde funciona unidade de apoio aos subprocuradores-gerais da República e ao PGR”, conclui o documento.
O episódio tem causado enorme conflito entre Aras e Moraes. O ministro acatou um pedido da Polícia Federal e permitiu que fossem feitas busca e apreensões no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, além de bloquear as contas bancárias e dos perfis de oitos empresários que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL), sendo eles: Luciano Hang (Havan), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), José Isaac Peres (Multiplan), José Koury (Shopping Barra World), Luiz André Tissot (Sierra), Marco Aurélio Raymundo (Mormaii), Meyer Joseph Nigri (Tecnisa) e Afrânio Barreira Filho (Grupo Coco Bambu).
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