'Serviços notáveis': Bolsonaro vai dar honraria para capitã cloroquina

Pré-candidata a deputada federal pelo Ceará, Mayra Pinheiro foi indiciada na CPI da Covid pela defesa de medicamentos sem eficácia

'Serviços notáveis': Bolsonaro vai dar honraria para capitã cloroquina
Foto: reprodução/tv senado
'Serviços notáveis': Bolsonaro vai dar honraria para capitã cloroquina

O presidente Jair Bolsonaro (PL) concederá nesta sexta-feira uma honraria a Mayra Pinheiro (PL-CE), médica que ficou conhecida como "capitã cloroquina" durante a CPI da Covid-19. Pré-candidata a deputada federal pelo Ceará, ela receberá a Ordem do Mérito Médico, uma condecoração criada em 1950 que tem como intuito premiar médicos que tenham prestado serviços notáveis ao país.

Nas redes sociais, Pinheiro celebrou a solenidade: "O reconhecimento por parte do nosso presidente é motivação para continuar as batalhas em defesa da vida e da liberdade", escreveu ela no Instagram.

Enquanto secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Pinheiro foi ouvida e indiciada pela CPI da Covid por crime de epidemia com resultado de morte, prevaricação e crime contra a humanidade. A médica defendia o uso da cloroquina como tratamento para a Covid-19 e chegou a participar do desenvolvimento de um aplicativo do governo federal que recomendava o medicamento, comprovadamente sem eficácia.

Junto com Nise Yamaguchi (PROS-SP), pré-candidata ao Senado de São Paulo, Mayra Pinheiro ganhou notoriedade pela defesa do "tratamento precoce" - um coquetel de medicamentos sem eficácia como azitromicina e ivermectina. As duas são candidatas nas eleições deste ano e foram indiciadas pela CPI. Além das duas médicas, a ex-secretaria de Saúde de Porto Seguro (BA) Raíssa Soares (PL-BA) e a infectologista Roberta Lacerda (PL-RN) também ficaram conhecidas por conta da predileção pela cloroquina e tentam uma vaga no Congresso.

Queixa-crime negada

No mês passado, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia negou uma queixa-crime movida por Mayra Pinheiro contra a cúpula da CPI da Covid. Na ação, ela processava Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL) por violação de sigilo. De acordo com a ex-secretária, os senadores teriam repassado à impressa conteúdos de e-mails e dados pessoais. No entanto, a ministra determinou o arquivamento.

Em agosto do ano passado, a CPI pediu o afastamento da médica do Ministério da Saúde. No requerimento, Randolfe apontava “participação direta e inequívoca” da servidora na conduta adotada pelo governo federal que, segundo o parlamentar, provocou mais de 550 mil mortos pela doença.

Em fevereiro deste ano, a médica foi exonerada e assumiu o cargo de subsecretária da Perícia Médica Federal da Secretaria de Previdência, ligada ao Ministério do Trabalho e Previdência. Atualmente, ela movimenta doações por meio de vaquinha eleitoral e se preparara para tentar uma vaga no Congresso Nacional no pleito de outubro.

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