Fachin diz que adesão 'cega' à desinformação é antidemocrática

O ministro do TSE também criticou quem tenta desqualificar as urnas eletrônicas

Ministro Edson Fachin
Foto: Abdias Pinheiro/SECOM/TSE
Ministro Edson Fachin

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, afirmou nesta segunda-feira que quem desqualifica a segurança das urnas eletrônicas "tem um único objetivo: tirar dos brasileiros a certeza de que seu voto é válido e sua vontade foi respeitada". O discurso do ministro foi feito na sessão que marca a reabertura dos trabalhos do Judiciário.

"Desqualificar a segurança das urnas eletrônicas tem, a rigor, um único objetivo: tirar dos brasileiros a certeza de que seu voto é válido e sua vontade foi respeitada. Isso é especialmente verdadeiro em relação aos cidadãos com maior dificuldade de escrever", disse Fachin, sem citar nomes.

Ainda segundo Fachin, "quem vocifera não aceitar resultado diverso da vitória não está defendendo a auditoria das urnas eletrônicas e do processo de votação", mas "está defendendo apenas o interesse próprio de não ser responsabilizado".

"Quem vocifera não aceitar resultado diverso da vitória não está defendendo a auditoria das urnas eletrônicas e do processo de votação, está defendendo apenas o interesse próprio de não ser responsabilizado pelas inerentes condutas ou pela inaptidão de ser votado pela maioria da população brasileira", afirmou o presidente do TSE.

O ministro também criticou o que chamou de "opção pela adesão cega à desinformação", atitude que chamou de "antidemocrática".

"A opção pela adesão cega à desinformação que prega contra a segurança e auditabilidade das urnas eletrônicas e dos processos eletrônicos de totalização de votos é a rejeição do diálogo e se revela antidemocrática", apontou.

Fachin também disse que o TSE e os tribunais regionais eleitorais "não economizam esforços" para conferir transparência e pela participação das entidades fiscalizadoras no processo eleitoral.

"Esse esforço de interlocução com a sociedade tem sido uma constante e a própria instituição da Comissão de Transparência Eleitoral - CTE e o Observatório da Transparência Eleitoral – OTE, são do diálogo e da escuta ativa de representantes da sociedade", disse.

A Comissão de Transparência Eleitoral foi criada em 2021 pelo então presidente do TSE Luís Roberto Barroso. Diante da insistência do presidente da República, Jair Bolsonaro, em questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas, usadas há mais de 20 anos nas eleições do país sem qualquer caso de fraude comprovado, as Forças Armadas foram convidadas para fazer parte da comissão.

Bolsonaro tem feito constantes ataques, sem provas, ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. No último dia 18, o presidente voltou a repetir as acusações infundadas durante uma reunião com embaixadores no palácio da Alvorada.

Em seu discurso, Fachin ressaltou o objetivo do TSE e da Justiça eleitoral de realizar  eleições limpas e seguras em outubro, com respeito ao voto de todos e sem violência.

"Uma palavra direta peço licença para dirigir às eleitoras e aos eleitores: proteja o seu direito constitucional de votar, em quem quiser, pelo motivo que achar justo e correto. Não ceda aos discursos que apenas querem espalhar fake news e violência. O Brasil é maior que a intolerância e a violência. As brasileiras e os brasileiros são maiores do que a intolerância e a violência", afirmou.


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