Manifesto da Fiesp defenderá democracia sem citar Bolsonaro

Documento deve ter até cinco parágrafos e vai pregar a harmonia entre os poderes

Fachada do prédio da Fiesp
Foto: Divulgação/Fiesp
Fachada do prédio da Fiesp


manifesto em defesa da democracia articulado pelo presidente da Federação das Indústrias do Esrado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, será divulgado até sexta-feira. Gomes consultou na noite de segunda-feira um colegiado de dezenas de diretores da entidade, majoritariamente favoráveis à publicação do documento. Nesta terça, o texto final deve ser fechado.

Diferentemente do manifesto articulado por juristas e pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo de São Francisco, o texto da Fiesp será mais curto, de até cinco parágrafos. documento deve pregar harmonia entre os poderes e defender o Estado Democrático de Direito no Brasil.

Além disso, em sua versão atual, não menciona as urnas eletrônicas, que tem sido sistematicamente questionadas, sem provas, pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

O documento não mencionará o nome do presidente Bolsonaro. Josué Gomes defendeu, desde o início, que o texto não deve ser visto como um apoio eleitoral a qualquer presidenciável.

Setores da oposição à administração de Gomes na Fiesp costumam criticá-lo por uma eventual proximidade do dirigente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo vice era pai de Gomes, o empresário José Alencar, morto em 2011.


Gomes tem negado publicamente ter relação com ou preferência pelo petista, emboa tenha recebido o ex-presidente no início deste mês para um almoço na Fiesp com pesos pesados da iniciativa privada brasileira, como Luis Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco; o investidor Carlos Alberto Sicupira; a presidente do conselho de administração da Magazine Luiza, Luiza Trajano; e o presidente do Google no Brasil, Fabio Coelho.

Assinaturas institucionais

O documento articulado pela Fiesp terá assinaturas institucionais de entidades representativas de diversos segmentos da indústria nacional. A ideia do texto, segundo um dirigente da entidade, é mostrar que quaisquer ataques às instituições e ao Estado de Direito não teria respaldo das grandes empresas brasileiras.

Além do documento, Gomes deverá se empenhar na divulgação de um evento em defesa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da democracia brasileira no dia 11 de agosto no Largo São Francisco, no centro de São Paulo, organizado pela Faculdade de Direito da USP.

Embora a Fiesp não tenha assinado o manifesto chamado “Carta aos Brasileiros”, divulgado nesta terça-feira e assinado por cerca de 3 mil pessoas, Gomes foi convidado a participar do ato do dia 11 de agosto e há grande expectativa dos organizadores quanto a sua presença.

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