A investigação sobre o assassinato do guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, em sua própria festa de aniversário, com tema do PT, em Foz do Iguaçu (PR), passou para a delegada Camila Cecconello, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou a Secretaria da Segurança Pública do Paraná (SESP) nesta segunda-feira.
A pasta disse, em comunicado, que uma força-tarefa foi formada pela Polícia Civil no início da noite de domingo para a condução do caso. Cecconello presidirá o inquérito policial e já está no município desde a manhã desta segunda-feira.
"Uma equipe de investigadores da DHPP vinda de Curitiba reforça os trabalhos para garantir celeridade na apuração dos fatos", acrescentou a SESP. "A SESP lembra que a Polícia Civil do Paraná conta com apoio da Polícia Científica para finalização das perícias necessárias para total elucidação do ocorrido".
Chamou atenção nas redes sociais nesta segunda-feira o teor antipetista de postagens políticas no perfil de Facebook da delegada anterior, Iane Cardoso. Essa observação torna-se relevante pois a política ouviu de testemunhas que a discussão entre o agente penal e o guarda municipal começou com base em divergências políticas.
Guaranho estaria ouvindo uma música relacionada a Bolsonaro em seu carro, parado perto do local onde Arruda comemorava seus 50 anos. O aniversariante teria então pedido que o motorista se retirasse. Guaranho, que é diretor do espaço onde ocorreu a festa de Arruda, teria dito "Aqui é Bolsonaro", de acordo com testemunhas.
Arruda chegou a revidar o tiro e, ferido, Guaranho, que é diretor do espaço onde ocorreu o evento, foi socorrido e levado ao Hospital Municipal, onde encontra-se internado e sob custódia. A Justiça já decretou sua prisão preventiva. O caso gerou ampla repercussão entre políticos no país, e também na imprensa internacional.
Na tarde de domingo, Cardoso realizou uma entrevista coletiva sobre o assassinato de Arruda.
No domingo, Cardoso descreveu como se deu a dinâmica do crime, com base nas primeiras informações colhidas pela investigação, a partir do depoimento de uma testemunha. A corporação também analisa imagens de câmeras de segurança e planeja ouvir outras testemunhas no decorrer da semana. Um vídeo captado pela câmera de monitoramento do local da festa mostra o momento em que Arruda se defendeu do ataque a tiros de Guaranho.
Designado promotor de Justiça para acompanhar o caso
O Ministério Público do Paraná também informou que já foi selecionado um promotor de Justiça para ficar responsável pelas investigações do crime de homicídio ocorrido na noite de sábado. A designação do profissional se deu por determinação do procurador-geral de Justiça, Gilberto Giacoia. Além disso, o caso contará com atuação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Foz do Iguaçu.
"Registra-se, ainda, que a instituição, cumprindo com sua missão constitucional, continuará atuando firmemente para prevenir e punir todo e qualquer atentado à liberdade de manifestação, que é um direito assegurado a todos os cidadãos e preceito fundamental para o fortalecimento do regime democrático", completou o MP em nota.
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