Após partidos e lideranças políticas afirmarem que pediriam a federalização do assassinato de um militante petista em Foz do Iguaçu , a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que a competência para analisar o episódio é da Justiça Estadual, e que o crime deverá ser apurado em primeira instância.
Ao GLOBO, a PGR disse que a compreensão na cúpula do órgão é a de que o caso está devidamente documentado e que a federalização somente pode ser solicitada quando houver a comprovação de omissão e negligência para averiguar o crime. O assassinato ocorreu na noite de sábado cometido por um simpatizante do governo federal.
O guarda municipal Marcelo Arruda foi morto na noite de sábado pelo agente penal José da Rocha Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). Arruda comemorava seu aniversário com festa com a temática do PT.
Nesta segunda-feira, dirigentes dos partidos da coligação Lula-Alckmin (PT, PSB, PCdoB, PSOL, PV, Solidariedade e Rede) informaram que participarão de uma audiência com o procurador-geral da República, Augusto Aras, na sede da PGR em Brasília. Procurada pela reportagem, a Procuradoria não confirmou a realização do encontro.
Os partidos informaram que vão protocolar petição para que a PGR proponha a federalização das investigações sobre o assassinato do guarda municipal.
“A responsabilidade sobre um crime também é de quem o estimula. E isso estamos percebendo com frequência nos discursos de Bolsonaro, que incita a violência a quem é contra o seu discurso de ódio e intolerância. Temos aí a naturalização da barbárie. Algo que não pode ficar impune. Por isso, as instituições precisam dar uma resposta urgente em favor da vida e da paz”, disse o senador Randolfe Rodrigues.
Na quarta-feira, os dirigentes dos partidos da coligação petista têm audiência com o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, próximo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os partidos vão fazer a entrega de um Memorial sobre a Violência Política contra a Oposição no Brasil e solicitar iniciativas do TSE para "garantir eleições pacíficas".
Arruda foi morto na noite na noite de sábado, enquanto comemorava seu aniversário em uma festa com tema do PT. O guarda municipal reagiu ao ataque e atirou contra Guaranho, que, segundo a Polícia Civil do Paraná, está no hospital sob custódia.
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