Rio: 34% não confiam na polícia e 92% aprovam câmeras nas fardas

Pesquisa do Datafolha mostra que mais de um terço do estado fluminense não acredita no trabalho dos agentes para combater os criminosos após as ocorrências

Entre SP, MG e RJ, estado do Rio tem a mais alta taxa de mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes
Foto: Reprodução: Facebook / @pmerjoficial
Entre SP, MG e RJ, estado do Rio tem a mais alta taxa de mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes

Uma pesquisa do Datafolha, divulgada nessa quinta-feira (7), mostra que 34% da população do estado do Rio de Janeiro não confia no trabalho das polícias para combater os criminosos após as ocorrências, ao passo que 92% são favoráveis ao uso de câmeras nas fardas dos agentes. O índice de desconfiança entre os entrevistados é o maior dos estados que participaram da pesquisa, sendo seguido por São Paulo, com 25%, e Minas Gerais, com 19%.

No estado fluminense, 20% dos entrevistados confiam muito e 45% confiam um pouco no trabalho da polícia após as ocorrências. A pesquisa também apontou como a população vê a capacidade de prevenção aos crimes. Com este recorte, 30% não confiam, 21% confiam muito e 49% confiam um pouco.

Entre os três estados, o Rio tem a mais alta taxa de mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes, com 27,2. Em São Paulo é de 7,9 e em Minas Gerais de 11,4. Os dados estão no 16° Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Nela constam casos de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes por intervenção policial.

A confiança nas polícias foi maior entre os homens e entre os eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL), isto nos três estados.

A pesquisa foi realizada no Rio entre os dias 29 de junho e 1º de julho com 1.218 pessoas com 16 anos ou mais, em 32 cidades.

Ações gravadas sem cortes

A Polícia Militar deu início ao uso de câmera acoplada à farda no fim de maio, após uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) deixar 23 mortos na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio. A tecnologia — que grava e a transmite para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) em tempo real, com autonomia de 12 horas — tem uso aprovado por 92% da população do estado do Rio de Janeiro, e 6% contrários, segundo a pesquisa do Datafolha. O índice de aprovação é o mesmo em Minas Gerais, que registrou 7% de pessoas contrárias. Já São Paulo tem 91% favoráveis e 7% contra. Nos três estados a rejeição às câmeras foi maior entre eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL).

No estado fluminense, 77% dos entrevistados acreditam que a tecnologia contribuiria para barrar a violência por parte dos agentes. Atualmente, há 15 unidades da Polícia Militar (14 batalhões, sendo dez na capital; e a 1ª Companhia do Palácio Guanabara, em Laranjeiras) fazendo uso do equipamento, totalizando 2.800 microcâmeras de um universo de 8 mil disponibilizadas para a PM. No início de junho, os equipamentos nas fardas de dois PMs flagram perseguição e tiroteio com bandidos em Pilares, em um dos acessos à Linha Amarela.

No Rio e em Minas, a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. Em São Paulo a margem é de dois pontos. A pesquisa foi realizada no Rio entre os dias 29 de junho e 1º de julho, com 1.218 pessoas com 16 anos ou mais, em 32 cidades.

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