Sistema Cantareira tem menor nível em quase cinco meses

Reservatório já havia entrado em estado de alerta nessa sexta (1º) pelo baixo volume de água

Sistema Cantareira opera com menor volume em 5 meses
Foto: DIVULGAÇÃO / SABESP
Sistema Cantareira opera com menor volume em 5 meses

Neste sábado (2), o  Sistema Cantareira atingiu o menor nível em quase cinco meses, de acordo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Nessa sexta (1º), o reservatório já havia entrado em estado de alerta, com 39,6% da sua capacidade. Hoje, de acordo com o site da Sabesp, o nível da Cantareira diminuiu e chegou a 39,5%. Na quinta (30), o manancial operava com 39,7%.

Anteriormente, o menor número registrado antes de o volume de água começar a subir novamente foi em 7 de fevereiro deste ano, quando o sistema chegou a 39,3% de sua capacidade. 

Em 31 de janeiro deste ano, o manancial atingia o maior volume após cinco meses em declínio , com 33,57% da capacidade. Esta porcentagem não era vista desde 17 de setembro de 2021, quando o reservatório atingiu cerca de 33,5%.

Segundo dados da Sabesp, a última vez em que o nível do reservatório atingiu 41,5% da capacidade foi em 31 de julho de 2021. Desde o segundo semestre do ano passado até janeiro de 2022, o manancial passou por um declínio, entrando em faixa de alerta após atingir menos de 30% da capacidade.

O déficit de chuvas é o fator que explica os baixos níveis do reservatório. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), caso a situação se mantenha igual, o manancial pode chegar a setembro com 26% de seu volume.

O professor do Programa de Pós Graduação em Ciência Ambiental (PROCAM) do Instituto de Energia e Ambiente da USP (IEE-USP) Pedro Luiz Cortês, ouvido pelo iG , explicou que a situação no reservatório, aliada à falta de chuvas e os prognósticos desanimadores apontam para uma nova crise .

"Entendo que já estamos enfrentando uma crise hídrica, embora ela seja diferente da verificada entre 2014 e 2016. Se nós pegarmos o montante de água armazenado nos reservatórios, ele tem sido, ao longo do ano passado, inferior ao verificado no mesmo período em 2013, ano que antecedeu a última crise. Os nossos indicadores são piores que naquela época, mesmo considerando alguns avanços que foram conseguidos pela Sabesp", afirmou.

Em nota ao iG , a Sabesp negou as chances de uma nova crise e informou que "não há risco de desabastecimento neste momento na Região Metropolitana de São Paulo, mas orienta o uso consciente da água, em qualquer época e em todos os municípios em que opera".

Conforme o texto, o reservatório entrou no mês de julho na Faixa 3 – Alerta, conforme as regras da outorga (Resolução Conjunta ANA/DAEE 925/2017). "A situação não prevê alteração na operação. A Companhia está retirando atualmente 22 m³/s, inferior ao limite máximo de 27 m³/s autorizado, o que é possível graças à integração com os demais sistemas."

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