MS: hospital confirma morte de indígena em ação da Polícia Militar

Operação foi realizada em fazenda reivindicada pelo povo da etnia Guarani Kaiowá

Entidade afirma que tropa de choque da PM do MS faz ação contra indígenas
Foto: Instagram Apib
Entidade afirma que tropa de choque da PM do MS faz ação contra indígenas


O Hospital de Amambaí, no Mato Grosso do Sul, confirmou na noite desta sexta-feira a morte de um dos indígenas atingidos durante  ação da Policía Militar do estado em uma área reivindicada pelo povo da etnia Guarani Kaiowá. 

O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) havia afirmado na tarde desta sexta-feira que seis pessoas ficaram feridas após a operação no local. O Batalhão de Choque teria sido acionado para conter uma ocupação em uma propriedade rural. 

Os militares teriam entrado em confronto com indígenas, e três policiais foram baleados, de acordo com o Batalhão de Choque.

Segundo informações do portal Primeira Página, a vítima teria sido atingido por três disparos. Procurada pelo GLOBO, a PM confirmou a ação, mas não repassou número de feridos ou se houve óbitos. O CIMI informou que duas pessoas tinham sido encaminhadas para Campo Grande.

Além deles, o órgão afirmou que há três indígenas desaparecidos, entre mulheres e crianças, no município de Naviraí, em outra ação, feita por indígenas Kaiowá e Guarani na noite desta quinta-feira, para recuperar parte do território ancestral denominado Kurupi/São Lucas. 

Em comunicado, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) informou que a ação da PM teria ocorrido sem ordem judicial.


Na noite desta quinta-feira, um grupo com cerca de 25 indígenas teriam ocupado a Fazenda Tejui, a cerca de 14 km de Naviraí, na região de Dourados. Segundo a polícia, os nativos teriam feito os moradores da propriedade reféns e os expulsaram da casa, o que teria dado início à ocupação da sede e das estradas de acesso ao local.

"Na noite dessa quinta-feira (23), o clima já era de tensão e a ação da polícia e fazendeiros se premeditava. Diante das informações dos feridos, do contingente populacional local e do histórico de violência na região, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) teme que a situação evolua rapidamente para um novo episódio de massacre contra os Guarani Kaiowá, como o ocorrido em 2016, em Caarapó (MS)", informou o Cimi em nota.

Ainda segundo a entidade, a reserva de Amambai é a segunda maior do estado de Mato Grosso do Sul em termos de população, com quase 10 mil indígenas. Os Guarani Kaiowá defendem que a região é parte de um "território tradicional que lhes foi roubado", pertencente à reserva de Amambaí.

Entre no  canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo.  Siga também o  perfil geral do Portal iG.