O maior programa de recapeamento da história da cidade teve início na madrugada desta terça-feira (21) em dez vias, beneficiando todas as regiões da cidade. Serão recapeados 5,8 milhões de metros quadrados de ruas e avenidas. Segundo o prefeito Ricardo Nunes, é um grande programa que teve início agora e se encerrará no final de em 2024 com 20 milhões de m² recapeados. “É um investimento de aproximadamente R$ 1 bilhão num serviço onde estamos utilizando muita tecnologia para dar maior durabilidade ao asfalto e melhorar a mobilidade da população nas ruas de São Paulo ”, disse o prefeito.
O trabalho de recapeamento será feito nas madrugadas para reduzir o impacto no trânsito. Além da recuperação do asfalto, serão realizadas obras de base de concreto para cerca de 40 mil tampas de ferro de verificação e a troca para lâmpadas de LEDs nas vias. “Essas são ações que realizamos para ter uma cidade cada dia melhor”, destacou Ricardo Nunes.
A Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSub) mapeou a malha viária da cidade usando o Sistema Gaia, que identifica e classifica as vias paulistanas. “As maiores reclamações, em termos de zeladoria na cidade, são relacionadas ao asfalto. Por isso, fizemos o maior levantamento sobre condição, trepidação e qualidade do asfalto e se tornou base para que São Paulo tivesse informação precisa sobre o pavimento, com economia de recursos públicos e ganho de eficiência”, disse o secretário municipal das Subprefeituras, Alexandre Modonezi.
Vias beneficiadas
Os serviços de recuperação asfáltica serão realizados em todas as regiões de São Paulo. Na Zona Oeste, nesta primeira fase do programa, serão recapeados 70 mil m² da avenida Eliseu de Almeida (em ambos os sentidos) no trecho entre as avenidas Pirajussara e Caxingui. Já na Zona Leste, serão recapeados 374.660 m² nas vias: av. Celso Garcia, no trecho compreendido entre a avenida Aricanduva e a rua Dr. Ricardo Gonçalves; av. Itaquera, entre a avenida Aricanduva e a rua Itapitanga; av. Prof. Inácio de Anhaia Mello, no trecho entre a rua Visconde de Goiânia (Estr. Oratório) e o viaduto Grande São Paulo; e av. Jacu Pêssego, em ambos os sentidos, no trecho compreendido entre a ruas Ragueb Chohfi e Santo André Avelino.
Na Zona Sul, nesta primeira fase do programa, serão recapeados 115.780 m² de duas vias localizadas nas regiões das subprefeituras do Jabaquara e de Santo Amaro: av. Eng. George Corbisier entre a rua dos Marapés e avenida Eng. Armando de A. Pereira e av. Washigton Luis, no trecho entre a avenida Interlagos e alameda Santo Amaro. E na Zona Norte, serão recapeados mais de 110 mil m² de três vias: av. Raimundo Pereira de Magalhães, em ambos os sentidos, entre as ruas Gonsalves de Barros e avenida Fiorelli Peccicacco; av. Itaberaba, do Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, até avenida Inajar de Souza e Av. Nova Cantareira, da avenida Cel. Sezefredo Fagundes até a rua Maria A. Lopes de Azevedo.
Tecnologia
Para conhecer a qualidade do asfalto nas ruas e avenidas, a cidade empregou o que tem mais moderno em tecnologias e equipamentos. Por meio de dispositivos acoplados em 108 carros de aplicativos e táxis parceiros, que circulam por toda a cidade, é possível verificar e localizar possíveis defeitos e irregularidades em tempo real. São Paulo é considerada a 8ª cidade mais populosa do mundo, com 17 mil km de vias, que somam 196 milhões de metros quadrados.
O estudo proporciona que cada via paulistana receba o recapeamento que necessita, economizando recursos públicos, já que o asfalto apresenta estados diferentes de conservação. Onde o Gaia mostrou que a situação é ruim ou péssima, outros dois equipamentos são usados para diagnosticar a ondulação do asfalto, se é superficial ou estrutural. O Pavscan, um scanner moderno e o FWD, que avalia a profundidade do dano por meio de impactos no solo. Eles se somam no diagnóstico para identificar se há necessidade de reparos profundos.
As vias previstas foram determinadas pelo Decreto nº 60.994/2022, com base nas disposições do Decreto nº 50.917/2009, em seu artigo 2º, que estabelece os seguintes parâmetros: volume diário de trânsito; demanda de transporte coletivo sobre pneus; condições do pavimento existente; histórico de operações de conservação de pavimentos viário e outras demandas da comunidade.
“Mais Amigável com o Planeta”
Para melhorar a manutenção nas ruas da capital, a Prefeitura de São Paulo se uniu às concessionárias na qualificação da recomposição de pavimentos. O RAP — Reclaimed Asphalt Pavement é um material asfáltico resultante da fresagem de pavimentos asfálticos, que é reciclado para novamente ser utilizado nas vias em serviços de conservação e manutenção da malha viária, especialmente na execução dos serviços de reforço estrutural, uma vez que estes materiais reciclados substituem a utilização de BGTC — Brita Graduada Tratada com Concreto, o que, além de diminuir a demanda da retirada deste material (brita) do meio ambiente, gera economia de recursos ao município.
Os materiais são resíduos de asfalto, guias, sarjetas e concretos, transformando em um produto de melhor qualidade que o original, denominados Resíduo de Construção Civil Espumado (RCC Espumado) e Base de Material Fresado com Espuma de Asfalto (RAP Espumado), que desde outubro de 2021 são utilizados nos serviços da malha viária da cidade, por setores de obras da SMSub e por cada uma das 32 subprefeituras.
A reciclagem do RAP está prevista nos contratos que resultarão da licitação de serviços de conservação e manutenção da malha viária em curso, sendo que, em virtude do grande volume gerado, especialmente de RAP, no edital de licitação está prevista a obrigatoriedade de que as contratadas reciclem pelo menos 50%, podendo chegar à totalidade do material resultante da fresagem do pavimento das vias e de resíduos da construção civil.
Além disso, foi certificado com o Selo Verde pelo Instituto Chico Mendes, já que não gera nenhum tipo de contaminação ambiental, uma vez que todo o processo ocorre em câmara fechada e fria. O Procert - Programa de Certificação pelo Compromisso com a Responsabilidade Socioambiental é a certificação ambiental concedida a instituições que buscam a sustentabilidade em todos os seus negócios e que comprovam aos seus parceiros que aplicam nas suas ações, gestão ou produtos, soluções que englobam o meio ambiental, social e econômico.
Assim a população de São Paulo ganha duas vezes - pela qualidade do serviço prestado e pela questão ambiental, já que a Prefeitura, Sabesp e Comgás deixam de enviar para aterros sanitários boa parte dos resíduos de obras.
Geoinfra
Além disso, em novembro de 2019, foi lançado o Geoinfra — um sistema que autoriza a realização de obras de concessionárias na malha viária, calçadas, subterrâneo e redes aéreas, e pode acompanhá-las de forma digital. Isso garante mais controle sobre os serviços. Além da localização, tem a identificação do responsável pelos buracos abertos em obras feitas pelas concessionárias.
As empresas responsáveis entregam o trabalho com a garantia e a avaliação de técnicos que considerem que o recapeamento não apresenta nenhuma necessidade de correção. Caso haja algum dano após a finalização das obras, as empresas realizam o reparo.
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