Inverno será marcado por chuvas abaixo da média no Sul e no Sudeste

Fenômeno La Niña continua atuando durante toda estação, que tem início dia 21 de junho e se estende até o dia 22 de setembro

Foto: Reprodução
Termômetro SP 16ºC

O inverno começa na manhã desta terça-feira, e a mudança de estação ainda conta com a ação do fenômeno La Niña que deve persistir com tendência de potencializar as chuvas nas regiões Norte e Nordeste e ser um período menos chuvoso no Sul e no Sudeste. A previsão é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

A meteorologista do Inmet, Andrea Ramos explica as características da estação e ainda pontua que com a redução das chuvas em grande parte do país nesta época do ano, há a diminuição da umidade relativa do ar, que consequentemente, favorece o aumento da incidência de queimadas e aumento de doenças respiratórias.

"As características desta estação é a diminuição de chuvas principalmente nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, além da incursão de massas de ar frio da Região Sul, causando geadas no Sul, Sudeste e sul do Mato Grosso do Sul, eventuais quedas de neve nas áreas Serranas no Sul, além de fenômenos de friagem no sul da Amazônia (sul do Pará, Amazonas, Rondônia e Acre). É importante também ressaltar a questão da umidade, que diminui, principalmente na parte central do país, (chegando a valores abaixo de 15%) favorecendo o aumento da incidência de queimadas e doenças respiratórias", explica Andrea.

Além disso, durante a estação, em função das inversões térmicas no período da manhã, são comuns as formações de nevoeiros e/ou névoa úmida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com redução de visibilidade, impactando especialmente em estradas e aeroportos.

De acordo com o Climatempo, o inverno promete diversas frentes frias avançando pela costa do Sul e Sudeste do Brasil. A previsão é de que uma onda de frio passe pelo país na virada entre os meses de junho e julho. Outras duas ondas de frio devem avançar sobre o país ao longo do mês de julho: a primeira ainda dentro da primeira quinzena de julho e a segunda no final do mês.

O mês de agosto, ainda há expectativa de pelo menos uma massa de ar frio de origem polar com forte intensidade, suficiente para provocar condições para geada na Região Sul e até em áreas do Sudeste.

Como será o Inverno no Brasil

Sudeste

Julho e agosto serão predominantes de dias secos e ensolarados. As médias de precipitação são baixas ao longo da estação em toda o sudeste, especialmente no norte de Minas Gerais. Deste modo, a previsão do Inmet para o inverno na Região Sudeste indica que as chuvas devem permanecer "próximas ou ligeiramente abaixo da média", porém não se descarta a ocorrência de chuvas próximas ao litoral, devido a passagem de frentes frias. As temperaturas devem permanecer acima da média em grande parte da região, sem descartar a possibilidade de queda na temperatura média do ar devido à entrada de massas de ar frio, podendo ocorrer formação de geadas em regiões de altitude elevada.

Norte

Para a região Norte, a previsão é de maior probabilidade que as chuvas ocorram acima da média climatológica, principalmente sobre a faixa norte da região, segundo o Inmet. Em áreas do sul do Pará e do Tocantins, existem uma tendência de chuvas próximas e abaixo da média.

"No Norte, as chuvas ficaram acima da média mais ao norte da região e no sul do Pará e Tocantins, as chuvas ficam abaixo da média. No sul da Amazônia (principalmente em julho a setembro), temperaturas elevadas e diminuição de chuvas, favorecem a incidência de queimadas e ocorrência de eventuais episódios de friagens nesta região, devido à passagem de massas de ar frio mais continentais", ressalta a meteorologista.

A temperatura nos próximos meses deverá permanecer acima da média em grande parte da região. A falta de chuvas no sul da Amazônia, muito comuns nos meses de julho a setembro, aliadas a alta temperatura e baixa umidade relativa do ar, não descartam a ocorrência de eventuais episódios de friagens nesta região, devido à passagem de massas de ar frio mais continentais.

Nordeste

Em função dos impactos da La Niña e também do padrão de águas mais aquecidas próximo à costa, a previsão é de chuvas acima da média histórica para toda a faixa próxima ao litoral nordestino. No oeste da Bahia e no sul do Piauí e do Maranhão, as chuvas poderão ser próximas da média, sendo que estas áreas já se encontram em seu período menos chuvoso.

Em relação a temperatura, a previsão indica que neste inverno haverá o predomínio de temperaturas próximas e acima da média em grande parte da região.

Centro-Oeste

A previsão do Inmet indica alta probabilidade de chuvas dentro e abaixo da faixa climatológica em grande parte da região, exceto em áreas pontuais no sudoeste do Mato Grosso do Sul e noroeste do Mato Grosso, onde as chuvas poderão ser um pouco acima da média.

"No Centro-Oeste e também no Sudeste, principalmente em Minas Gerais, há diminuição da umidade, favorecendo a ocorrência de queimadas e devido a incursão de massas de ar frio, geadas na Serra da Mantiqueira (entre SP e MG), além do declínio de temperaturas no MS e MT. Em relação as chuvas, a tendência é ficar dentro do esperado em relação a climatologia", pontua Andrea.

As temperaturas deverão permanecer acima da média, devido a permanência de massas de ar seco e quente, principalmente nos meses de agosto e setembro, favorecendo a ocorrência de queimadas e incêndios florestais. Em algumas localidades do leste do Mato Grosso do Sul e sul do Mato Grosso, as temperaturas poderão ser abaixo de seus valores climatológicos, devido à passagem de algumas massas de ar frio mais continentais.

Sul

No Sul, devido a influência do La Niña , as chuvas ficarão abaixo da média em grande parte da região e na parte oeste da região e extremo sul do RS, as chuvas poderão ficar acima da climatologia. As temperaturas, devido a incursão de massas de ar polar, tendem há um declínio das temperaturas, com possibilidade de geadas, principalmente nas regiões de maior altitude.

Efeitos do La Niña

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o evento climático La Niña - caracterizado pelo resfriamento em grande escala da água superficial do oceano Pacífico Equatorial central e leste, juntamente com mudanças na circulação atmosférica tropical, que altera o padrão de ventos, pressão e precipitação - deve continuar possivelmente até o início do verão de 2022 (dezembro) e este fenômeno afeta os padrões de temperatura e precipitação e aumenta secas e inundações em diferentes partes do mundo. O evento começou a partir de setembro de 2020 e fortaleceu em março deste ano e persistirá ao longo do inverno.

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