Novo recorde de desmatamento é registrado na Amazônia

Segundo Sistema Deter, do Inpe, área de 2.867 km2 foi devastada nos primeiros cinco meses do ano, maior valor da série histórica

Floresta desmatada em Lábrea (AM)
Foto: Edilson Dantas / O Globo
Floresta desmatada em Lábrea (AM)

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmava que seu governo reforçou o combate contra o desmatamento, em discurso na Cúpula das Américas, foi anunciado, no Brasil, que mais um recorde negativo foi superado no assunto. Nesta sexta, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrou que a Amazônia sofreu devastação em 2.867 km2 em seu território, o maior valor registrado para o período desde o início da série histórica, em 2016.

O resultado de maio apontou desmatamento de 900 km2, o segundo maior registro para o mês, atrás apenas do resultado de 1.390 km2 de 2021. A análise é do sistema Deter, que envia alertas de alteração na cobertura florestal em áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²). Os novos dados suscitaram críticas de ambientalistas.

"Os recordes de desmatamento representam a falta de políticas ambientais, bem como o desmonte daquelas que eram efetivas. Não é aceitável que a Amazônia continue como terra sem lei. Precisamos urgentemente retomar iniciativas de conservação e desenvolvimento sustentável na região e evitar projetos de lei prejudiciais ao meio ambiente que estão em tramitação no Congresso Nacional", afirmou Mauricio Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil

Considerando o recorte dos cinco primeiros meses, 2022 é o terceiro ano consecutivo com recorde de desmatamento. Os 2.867 km2 de agora representam aumento de 12,7% em relação a 2021. O outro sistema utilizado pelo Inpe, o Prodes, costuma apresentar números mais precisos e até maiores que os do Deter, mas sua análise é feita sobre o período de agosto de um ano a julho do ano seguinte.

Amazonas é o estado que sofreu mais desmatamento

O estado que liderou o ranking de área devastada foi o Amazonas (298 km2), seguido do Pará (272 km2). Entre os municípios, os mais afetados foram Apuí (AM), Porto Velho (RO), Altamira (PA), Itaituba (PA) e Lábrea (AM). E as Unidades de Conservação (UC) mais afetadas foram a Área de Proteção Ambiental do Tapajós , a Floresta Nacional do Jamanxim e a Estação Ecológica Terra do Meio, todas no Pará.

Em contraste com a Amazônia Legal, o Cerrado teve redução de desmatamento em relação ao ano passado. Os 726 km2 devastados em maio, segundo o Deter, representam uma redução de 19% em comparação com as estatísticas de 2021. Os estados do Maranhão (192 km2), Piauí (165 km2), Tocantins (144 km2) e Bahia (99 km2) lideraram os números.


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