Na manhã desta sexta-feira (10), os voluntários que estão participando da busca do indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips anunciaram que foram encontrados sinais de escavação às margens do Rio Itaquaí, próximo a Atalaia do Norte, perímetro onde a investigação está sendo realizada.
Já é o sexto dia de procura. Militares do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, do Exército e da Marinha e agentes da Defesa Civil estão atuando na busca, que ocorre numa área abaixo da Comunidade Cachoeira. Atalaia do Norte era o destino de Dom e Bruno, que foram vistos navegando na região, mas nunca chegaram ao destino.
Ao G1, o subtenente do Corpo de Bombeiros, Geonivan de Amorim Maciel, explicou o que o sinal de escavação na margem do rio pode significar.
“A gente não pode dizer que tem vestígio concreto no local, mas vamos verificar a situação para ver se realmente tem algo ali que possa identificar os dois desaparecidos. O relato é de “terra batida” [mexida], como se alguém tivesse cavado algo, enterrado alguma coisa, jogado barro no fundo. Vamos fazer uma varredura no fundo para ver se encontra algo”, disse o militar
Segundo a Polícia Federal (PF), que também faz parte da força-tarefa, nas últimas 24 horas, a Operação Javari realizou busca fluvial na região do Rio Itacoaí, onde Bruno e Dom foram vistos pela última vez.
“ Foram percorridos cerca de 100 km computando a calha do Rio Itacoaí e seus afluentes. Todas as comunidades no percurso foram abordadas, especialmente as de Santa Cruz, Cachoeira, São Gabriel e São Rafael”, informou a corporação, em nota.
O principal suspeito de ter relação com o desaparecimento do jornalista e do indigenista é Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, de 41 anos. O homem foi preso em flagrante na terça-feira (7/8) e teve a prisão temporária por mais cinco dias decretada logo após a audiência de custódia.
Além de terem encontrado vestígios sanguíneos – que estão sendo periciados – na lancha de “Pelado”, testemunhas ouvidas pelos policiais relataram que viram o suspeito perseguindo Dom e Bruno.
De acordo com as testemunhas, o barco de Amarildo, que já foi apreendido pelos investigadores, passou em alta velocidade atrás da embarcação em que Bruno Pereira e Dom Philips estavam. O indigenista tinha uma visita agendada com o líder comunitário da região apelidado de “Churrasco”, tio de Amarildo da Costa de Oliveira. A reunião tinha como objetivo tratar do trabalho conjunto entre os ribeirinhos e indígenas na vigilância do território.
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