Semanas antes de desaparecer, o jornalista inglês Dom Phillips esteve na aldeia Apiwtxa para entender os conflitos e a cultura do povo indígena Ashaninka. A visita foi motivada pela escrita do seu novo livro sobre o meio ambiente, que trata sobre o protagonismo dos povos tradicionais na preservação da Amazônia. Philips e o o indigenista Bruno Araújo Pereira, servidor da Funai, não são vistos desde o último domingo.
Em um pequeno trecho do vídeo, compartilhado no perfil do povo Ashaninka, o jornalista diz que as terras indígenas são os lugares mais protegidos da Amazônia e, por esse motivo, ele teria pedido para ir até o local conhecer como as comunidades se organizavam contra invasores e garimpeiros.
Há algumas semanas, @domphillips esteve na Aldeia Apiwtxa, conversando e ouvindo a história do povo Ashaninka para seu novo livro. Externamos aqui nossa profunda preocupação com o seu desaparecimento, junto com o indigenista Bruno Araújo, pedimos total celeridade nas buscas! pic.twitter.com/wto0QOAKKZ
— Ashaninka Apiwtxa (@apiwtxa) June 7, 2022
“As terras indígenas são os lugares mais protegidos na Amazônia. Então eu pedi para vir para cá para entender como vocês se organizam. Vim para acompanhar um pouco disso e aprender um pouco com vocês sobre como é essa cultura, como lidam com as ameaças de invasores e garimpeiros. E agora estou fazendo um livro para uma editora inglesa, sobre essa questão da preservação da Amazônia. Uma parte muito importante desse livro é a proteção dos povos indígenas e o seu protagonismo”, disse Dom Phillips na gravação.
O povo Ashaninka é composto por cerca de 800 pessoas que vivem na terra indígena Kampa, localizada no Rio Amônia, município de Marechal Thaumaturgo, no Acre.
A terra foi demarcada e homologada em 1992 e abrange 87.205 hectares. Ela faz fronteira com o Peru, com a Reserva Extrativista do Alto Juruá e com a Terra Indígena Arara do Rio Amônia, todos localizados no município de Marechal Thaumaturgo.
No perfil da comunidade, os indígenas pediram ações efetivas nas buscas pelo jornalista e indigenista desaparecidos há três dias.
"Externamos aqui nossa profunda preocupação com o seu desaparecimento, junto com o indigenista Bruno Araújo, pedimos total celeridade nas buscas", escreveram.
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