Frio no outono argentino pode indicar como será inverno no Brasil

Meteorologista faz análise com base em outros anos em que recordes de frio na Argentina coincidiram com registros fora do comum também no Sul brasileiro

Frio intenso Urupema, município de Santa Catarina
Foto: Divulgação: Prefeitura de Urupema - 20/05/2022
Frio intenso Urupema, município de Santa Catarina

O frio extremo enfrentado pela vizinha Argentina, que viveu entre março e maio o outono mais gelado em 46 anos, de acordo com dados do Serviço Nacional de Meteorologia (SMN), pode servir como o prenúncio de um inverno também com temperaturas abaixo da média no Brasil, de acordo com artigo publicado pela meteorologista Estael Sias, do MetSul, que prevê a possibilidade até de neve no Sul do país.

Segundo a especialista, os dados apontam que desde 1976 – ano recorde – a Argentina não registrava temperaturas tão baixas nesta mesma época, o que põe 2022 em quinto lugar na série histórica de outonos mais frios, com uma anomalia ao redor de -0,8 graus. A meteorologista traça um paralelo e mostra que, justamente nos anos mais frios registrados no país vizinho na série histórica, o Sul do Brasil também acabou seguindo o mesmo caminho.

Em 1965, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina registraram uma grande onda de neve, com acúmulos acima do normal em cidades do Norte gaúcho, como Passo Fundo, Soledade, Lagoa Vermelha, Cruz Alta e Ijuí, e precederam um evento extremo de chuva em cidades do Oeste catarinense e do Sudoeste paranaense.

Em 1984, o Sul também encarou uma nevada no mês de agosto, com direito a flocos de neve que cobriram carros, casas e árvores em Porto Alegre. Em 1976, os meses de junho, julho e agosto registraram também temperaturas abaixo da média no Sul.

A especialista explica no artigo que este outono mais frio desde 1976 na Argentina é mais um indicativo por analogia de que o inverno deste ano no Sul do Brasil ou se encaminha para ser rigoroso ou, no cenário mais provável, marcado por episódios extremos de frio e com chance de neve. Sias, no entanto, pondera que a grande dificuldade é que o clima no mundo hoje está diferente do que há 40 ou 50 anos, o que torna a analogia mais complexa que até o final deste século.

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