Titular da 33ª DP (Realengo), o delegado Flávio Rodrigues, responsável pelo caso da madrasta Cíntia Mariano, suspeita de envenenar os enteados Bruno e Fernanda (que veio a óbito), afirmou nesta sexta-feira que o laudo do suco gástrico do estômago de Bruno é conclusivo. Mais cedo, advogados de Cíntia contestaram a perícia sobre as "pedrinhas azuis" que o estudante relatou ter visto no feijão servido pela madrasta.
Para Carlos Augusto Santos e Raphael Souza, responsáveis pela defesa de Cíntia, a conclusão da perícia — que apontou a semelhança dos grânulos encontrados no suco gástrico de Bruno com o aspecto de carbamato, popularmente conhecido como chumbinho — foi sugestiva.
"A perita analisou o material e deu uma sugestão, só que o perito não pode dar sugestão. Ela tinha que trazer de forma técnica, mas disse que entendeu que os grânulos seriam chumbinho", disse Carlos Augusto Santos. "Qual foi o método utilizado para ela trazer essa informação na perícia?"
Mas o delegado Flávio Rodrigues defendeu o resultado do exame.
"O laudo é conclusivo porquanto constatou a presença de grânulos que sugerem a presença de carbamato, conhecido popularmente com “chumbinho”. Estes grânulos são o veículo em que a referida substância tóxica é transportada. Em que pese não ter sido encontrado inseticida ou outras substâncias tóxicas, o próprio laudo informa a possibilidade de resultado negativo devido a diversos fatores, quais sejam, tempo decorrido, metabolismo do organismo (reações químicas), bem como as intervenções hospitalares realizadas no tratamento", disse ele.
"Há outros elementos probatórios já colhidos, como o prontuário médico da vítima, em que se constata sintomas típicos de envenenamento, bem como os depoimentos colhidos que convergem para a autoria por parte da indiciada. Portanto, não há que se ver o laudo de forma isolada, mas sim o conjunto probatório que é muito robusto", afirmou.
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