As cidades do Nordeste do Brasil afetadas pelos recentes temporais acumulam mais de R$ 3,1 bilhões em prejuízos nos últimos seis meses, de acordo com levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Os dados apontam que a Bahia foi o que mais sofreu com as chuvas nos últimos 6 meses, contabilizando mais de R$ 2,5 bilhões em prejuízos, ocupando o primeiro lugar, o que corresponde a 82,6% do total.
O levantamento considera o período de 1º de dezembro de 2021 até 30 de maio deste ano. Nesse intervalo, 475 decretos de situação de emergência solicitaram apoio do governo federal para as regiões afetadas no Nordeste.
Em segundo lugar nos estados que mais foram afetados, aparece o Maranhão, com R$ 393,5 milhões, correspondendo a 12,5% do total. Em terceiro, vem o Ceará, com mais de R$ 94 milhões em prejuízos, correspondendo a 3% do total.
Em relação ao estado de Pernambuco, que ainda está passando por muitos problemas, os dados ainda não foram contabilizados totalmente no levantamento. Segundo a CNM, os desastres decorrentes das chuvas afetaram dezenas de municípios nordestinos e provocaram na região - de 1º dezembro de 2021 a 30 de maio de 2022 - um prejuízo de mais de R$ 3,1 bilhões aos cofres públicos.
“A cada ano, os eventos negativos causados pelo excesso de chuvas tornam-se cada vez mais severos em decorrência das mudanças climáticas e também pela intervenção humana, deixando municípios inteiros debaixo d’água”, diz um trecho do relatório da CNM.
Setores que mais sofreram
O setor de habitação sofreu mais de R$ 823,5 milhões em prejuízos, ocupando o primeiro lugar. Em segundo vem o setor agrícola, com R$ 802,3 milhões em prejuízos causados, e em terceiro, o de obras de infraestrutura pública, com R$ 728,4 milhões.
O Nordeste ainda está contando os mortos por conta das recentes chuvas. Até a publicação desta reportagem, a região já registrou mais de 111 óbitos em decorrência das fortes chuvas que atingem a região desde a semana passada, causando deslizamentos e enchentes. Além disso, milhares de pessoas estão desalojadas e sem previsão de retorno aos lares.
De acordo com o sistema do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), nove municípios da região metropolitana de Recife estão classificados com risco muito alto para chuvas e deslizamentos. Há possibilidade de que as chuvas ainda se intensifiquem nos próximos dias.
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