Guarapuava: relembre outros ataques cinematográficos do 'novo cangaço'
Cidades como Araçatuba (SP) e Criciúma (SC) se tornaram alvos de criminosos fortemente armados
Criminosos fortemente armados aterrorizaram na noite deste domingo a cidade paranaense de Guarapuava ao fazer reféns, incendiar veículos e disparar contra um batalhão da Polícia Militar. A quadrilha visava assaltar uma transportadora de valores. A ação se assemelha a outros episódios com características inerentes à modalidade conhecida como "novo cangaço".
Municípios de pequeno e médio porte no interior se tornaram alvos de bandidos que saqueiam agências bancárias, dificultam a ação de autoridades e atacam bases policiais. Nas ações, os grupos costumam fazer reféns e usá-los como "escudo humano". Cenas assim foram vistas recentemente em Cricíuma (SC), Araçatuba (SP) e Cametá (PA).
Araçatuba (SP)
Uma quadrilha assaltou duas agências bancárias e levou pânico a Araçatuba, cidade a 521 quilômetros da capital de São Paulo, em agosto do ano passado. Três pessoas morreram (um infrator e dois moradores) e outras quatro ficaram feridas, segundo a Polícia Militar.
Após o ataque contra as agências bancárias, os criminosos abordaram motoristas, fizeram reféns, amarraram pessoas em veículos, usaram outras como escudos e cercaram bases e viaturas da PM. Mais de 20 criminosos e dez carros participaram do ataque.
Cametá (PA)
Em dezembro de 2020, a cidade de Cametá, no interior do Pará, foi alvo de cerca de 20 criminosos fortemente armados com fuzis. A ação mirava uma agência do Banco do Brasil. Reféns foram capturados em um bar e usados como escudo. Um deles acabou morto por arma de fogo.
A ação do grupo durou mais de uma hora, e a quadrilha fugiu em vários carros e depois seguiu em barcos em uma rota pelo rio Tocantins.
Criciúma (SC)
Horas antes do ataque a Cametá, o centro de Criciúma, no sul de Santa Catarina, viveu uma madrugada de terror após uma quadrilha de criminosos sitiar a cidade para assaltar uma agência do Banco do Brasil, em uma terça-feira. Armados de explosivos, pistolas e fuzis, o grupo invadiu a tesouraria regional do banco, provocou incêndios, bloqueou ruas e acessos à cidade, usou reféns como escudos e efetuou uma série de disparos.
Em uma das ruas da cidade, os reféns foram obrigados a sentar no meio da pista. Os bandidos também construíram bloqueios e barreiras para conter a chegada da polícia ao local do crime. A fuga foi cinematográfica. Em um comboio, 10 carros passaram por várias ruas da cidade, deixando pelo menos um malote de dinheiro, notas, cápsulas e explosivos para trás.
Botucatu (SP)
Em julho de 2020, em uma ação coordenada durante a madrugada de uma quinta-feira, um grupo de cerca de 30 criminosos atacou três agências bancárias na cidade de Botucatu, no interior de São Paulo. A quadrilha fez moradores reféns e, com armamento pesado, trocaram tiros com policiais.
Os criminosos usaram explosivos para entrar nas agências e em outras duas foram encontrados explosivos não detonados. De acordo com a Polícia, a ação dos bandidos na cidade durou mais de três horas, a partir das 23h30. Os criminosos dispararam contra um batalhão da Polícia Militar e queimaram um veículo em frente à unidade para impedir a saída dos policiais. Na fuga, eles também queimaram caminhões em rodovias na área próxima à cidade.
Guararema (SP)
Acostumada a uma rotina pacata, a pequena Guararema, cidade de 28 mil habitantes na região metropolitana de São Paulo, teve uma madrugada de terror em uma quinta-feira em abril de 2019, quando houve uma tentativa de roubo a banco, na qual 11 criminosos foram mortos. Vinte e cinco criminosos invadiram duas agências bancárias na cidade e entraram em confronto com a Polícia Militar.
Na manhã seguinte, o clima era de perplexidade no município, acostumado com baixos índices de violências. A cidade amanheceu com projéteis de balas espalhadas pelas ruas do centro, lojas com vitrines estilhaçadas e viaturas com vidros quebrados.
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