Forças Armadas autorizam compra de remédios para calvície e viagra
O medicamento costuma ser usado para tratar disfunção erétil. Justificativa é de que as licitações visam ao tratamento de Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP)
As Forças Armadas autorizaram a aquisição de mais de 35 mil unidades de Viagra, um remédio que é comumente usado no tratamento de disfunção erétil. As informações são da coluna da jornalista Bela Megale para O Globo.
Segundo dados do Portal da Transparência e do Painel de Preços do governo federal, oito pregões foram realizados por unidades ligadas aos comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) obteve informações que mostram que as compras foram autenticadas em 2020 e 2021 e seguem válidas no ano de 2022.
Nos processos de aquisição, o medicamento é identificado pelo nome do princípio ativo Sildenafila, composição Sal Nitrato (Viagra), nas dosagens de 25 mg e 50 mg. O maior volume, de 28.320 comprimidos, tem como destino a Marinha. Outros cinco 5 mil comprimidos foram aprovados para Exército e outros 2 mil, para Aeronáutica.
Os relatórios também mostraram que a pasta adquiriu substâncias como Minoxidil e Finasterida, os dois principais meios de combate à calvície masculina. O custo foi de R$ 2,1 mil empenhados entre 2018 e 2020.
Elias Vaz apresentou ao Ministério da Defesa uma solicitação na qual pede explicações sobre os processos de compra do medicamento.
"Precisamos entender por que o governo Bolsonaro está gastando dinheiro público para comprar Viagra e nessa quantidade tão alta. As unidades de saúde de todo o país enfrentam, com frequência, falta de medicamentos para atender pacientes com doenças crônicas, como insulina, e as Forças Armadas recebem milhares de comprimidos de Viagra. A sociedade merece uma explicação" , disse o parlamentar.
Ao Jornal O Globo, a Marinha e a Aeronáutica afirmaram que as licitações visam ao tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), "uma síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar”.
Segundo o comunicado da Marinha, essa síndrome “pode ocorrer associada a uma variedade de condições clínicas subjacentes ou a uma doença que afete exclusivamente a circulação pulmonar”.
A Marinha informou que se trata de uma “doença grave e progressiva que pode levar à morte” . O Exército não se pronunciou.
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