Investigação desvenda esquema de tráfico internacional debaixo d'água
Máfia italiana mandava esconder cocaína em cascos de navios no Brasil, segundo revelou reportagem do Fantástico
A Polícia Federal (PF) descobriu um esquema de tráfico internacional de drogas via marítima que tem conexões com a máfia da Calábria, na Itália. Segundo investigação da PF, mergulhadores colombianos que trabalhavam para a máfia esconderam meia tonelada de cocaína dentro do casco de navios de carga que iam do Paraná para a Europa. O crime aconteceu em dezembro de 2019.
O esquema foi revelado em uma reportagem do programa 'Fantástico', da TV Globo. A Polícia Federal identificou ao menos duas quadrilhas, uma delas comandada por Jefferson Barcelos de Oliveira, que era guarda municipal em Paranaguá, no Paraná.
Entre os clientes das quadrilhas, estava uma das famílias que fazem parte da máfia italiana. Segundo as investigações, os italianos Nicola e o filho, Patrick, tiveram relação com Jefferson. Eles foram presos numa operação conjunta com a polícia italiana em 2019. No apartamento, os agentes apreenderam cocaína, dinheiro e máquinas para falsificar lacres de contêineres.
Em Paranaguá, Jefferson manteve o esquema até ser morto a tiros, em maio de 2020. A prefeitura de Paranaguá afirmou que, na época, Jefferson estava afastado da guarda municipal.
Com a morte de Jefferson, segundo a Polícia Federal, a quadrilha passou a ser chefiada pelo tio dele, Zacarias Barcelo, que é policial civil em Curitiba. Na última semana, a Polícia Federal prendeu Zacarias e outros 16 suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas.
Como funcionava o esquema
Os criminosos guardavam a droga em um compartimento chamada 'caixa de mar', que tem a função de captar água do mar para fazer a refrigeração das máquinas do návio. Neste local, eram colocados os embrulhos impermeáveis com a droga.
A administração do terminal de Paranaguá diz que está colaborando com as investigações e que dois scanners de última geração ficam à disposição da Receita Federal. A empresa diz também que tem mais de 400 equipamentos que suportam vigilância sob orientação da receita.
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