Alunos de colégio militar exaltam violência em músicas de treinamento

Vídeo divulgado pelo coronel Marcelo Pimentel, ex-chefe do Estado-Maior da 7ª Região do Exército, exibe trechos de marcha de estudantes

Alunos do Centro de Treinamento Pré-militar de Canoas, RS, fazem a marcha
Foto: Reprodução 04/04/2022
Alunos do Centro de Treinamento Pré-militar de Canoas, RS, fazem a marcha

Um vídeo divulgado pelo coronel Marcelo Pimentel, ex-chefe do Estado- Maior da 7° Região do Exército, mostra jovens que seriam alunos do Centro de Treinamento Pré-militar de Canoas, no Rio Grande Sul, entoando canções que exaltam a violência durante uma marcha de treinamento pela cidade. O flagrante, registrado por um colega de Pimentel, tem circulado pelas redes sociais e chama atenção pela agressividade do conteúdos dos cânticos, que trazem trechos como "Quando eu morrer, quero ir de FAL e de Beretta, chegar no inferno e dar um tiro na cabeça no capeta" (uma referência ao uso do fuzil FAL, arma automática leve de uso tático das forças armadas utilizada em diferentes países).

Em seu post, o coronel afirma que "as letras desses cânticos são absolutamente impróprias para serem pronunciadas fora do quartel. Até mesmo no quartel já não cabe mais". Ele continua a crítica alegando que o "curso pré- militar ensina crianças fantasiadas de milicianos a terem atitude violenta" e atribui a marcha dos alunos ao processo de "militarização da sociedade por intermédio da ocupação maciça de cargos políticos governamentais pelos generais e coronéis da geração que inventou essas músicas nos anos 70 e 80".

O GLOBO entrou em contato com o coronel Pimentel, que informou que a gravação foi feita por um outro colega coronel, presente na ocasião do treinamento, e sua divulgação foi autorizada por ele.

Segundo Pimentel, outras canções do Treinamento Físico Militar (TFM) incitarim a violência explícita, como a intitulada "Eu sou a morte", que diz: "Bate na cara, espanca até matar/ Arranca a cabeça e joga ela no mar / E o interrogatório é muito fácil de fazer/ Eu pego o inimigo e dou porrada até morrer".

Procurado, o Exército Brasileiro ainda não se manifestou sobre o caso.

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