Caso Henry: 'como é dolorido não tê-lo conosco', posta mãe de Monique
Em carta, Rosângela Medeiros da Costa e Silva diz que 'ficaram a saudade, a dor, a tristeza, a vontade de que tudo isso que estamos vivendo agora fosse mentira'
Um ano após a morte de Henry Borel Medeiros , a avó materna do menino escreveu uma carta para o neto. No texto divulgado nas redes sociais, a professora Rosângela Medeiros da Costa e Silva discorre sobre as lembranças do dia a dia do menino, quando ele morava na casa da família, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Desde 8 de abril de 2021, sua filha, a também professora Monique Medeiros da Costa e Silva e o então namorado, o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, estão presos acusados pelo crime, um mês antes, no apartamento que dividiam há cerca de 60 dias, na Barra da Tijuca, na mesma região.
“Hoje, dia 8/3/22, começamos o dia sem você, sem o nosso Henry, nosso menino, nosso anjo, nosso pequeno e valioso príncipe! Quanto amor, carinho, alegria! Quantos momentos especiais tivemos juntos, quantas lembranças! Brincar no quintal fazendo seus trabalhinhos de pintura com Monique, correr atrás de Olívia (sua cachorrinha), passear no shopping Bangu, lugar favorito. Tomar banho pelado de balde, como ele achava divertido e engraçado! Cantar música para as plantinhas, admirar as flores que brotavam no jardim, admirar a lua e cantar para ela. Foi o pequeno e eterno companheiro de sua mãe. Sempre juntos, agarradinho, um era a sombra do outro. Não existia passeio onde Henry não podia ir, não existia cama vazia sem ele. Dia e noite os dois, sempre os dois, mãe e filho!”, escreveu.
A professora continuou: “Tudo isso é tão real, ainda tão presente, que não consigo acreditar que acabou, passou, que Henry não está mais entre nós! Os sonhos, as lembranças, a saudade! Como é dolorido não tê-lo mais conosco, não tê-lo pertinho de nós, na cama com vovô Fernando jogando deitadinho e fazendo cafuné no avô! Ficaram a saudade, a dor, a tristeza, a vontade de que tudo isso que estamos vivendo agora fosse mentira e que Henry voltaria para nós!”
“A nossa fé nos dá a certeza que um dia o encontraremos, meu amor, e neste lugar que Deus o colocou, no céu, estaremos todos juntos novamente e então seremos felizes para sempre e que nossos sonhos viveremos eternamente. Henry, amamos você sempre e para sempre”, terminou Rosângela.
Durante a última continuação da audiência de instrução de julgamento do processo em que Monique e Jairinho são réus, no II Tribunal do Júri, em 9 de fevereiro, ambos alegaram inocência. Questionada sobre o que pode ter acontecido naquela madrugada, a professora afirmou não saber e garantiu que só o menino, Deus e o ex-companheiro poderiam ter essa resposta. Já o ex-parlamentar optou por não atender as perguntas, mas negou os fatos narrados na denúncia e jurou que nunca havia encostado o dedo em um fio de cabelo do enteado.
O ex-casal responde pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificados contra Henry, além da fraude processual, coação no curso do processo e falsidade ideológica. No relatório final do inquérito, o delegado Henrique Damasceno, então titular da 16ª DP, destacou que “o crime tratado nestes autos é dotado de gigantesca brutalidade, a ponto de ter causado grande comoção nacional", e relatou que “houve interferência em depoimentos e coação de testemunhas", além da tentativa do casal indiciado de não ser encontrado pela Polícia Civil.