PM acusado de matar Ágatha Felix pode ir a júri popular
Menina foi morta em 2019 no Complexo do Alemão. Segunda audiência ocorre na tarde desta quinta-feira, no I Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça
No segundo dia de julgamento do caso Ágatha Félix, que foi morta quando voltava para casa na comunidade da Fazendinha no Complexo do Alemão, em 2019. Agora, a Justiça pode decidir se o policial militar Rodrigo Matos Soares vai a júri popular. O cabo da PM é acusado de ter disparado o tiro que matou Ágatha.
Na primeira audiência, que aconteceu em 9 de fevereiro, o motorista da Kombi em que Ágatha morreu, Moisés Atanasio, reconheceu o cabo Soares. A mãe de Ágatha, Vanessa Salles, se emocionou ao relembrar os últimos momentos ao lado da filha.
A segunda audiência foi marcada para as 14h desta quinta-feira, no I Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça, no Centro do Rio. No corredor do tribunal, apreensivo, o avô de Ágatha espera pelo julgamento:
"A gente tem certeza de que hoje a audiência vai resolver. O coração sempre bate mais forte, mas aguardo a decisão da juíza que, se Deus quiser, será favorável para nós", falou, vestido com uma camisa homenageando a neta, Airton Salles.
Ágatha morreu em setembro de 2019 e, após três adiamentos, o primeiro julgamento aconteceu em 9 de fevereiro. Nesta quinta-feira, acontece a segunda audiência.
"Desde o dia (que Ágatha morreu), a gente tenta levar a nossa vida dia após dia, porque a gente fica muito abalado", completou o senhor Airton.
Ao final da primeira audiência, o Ministério Público insistiu na convocação de quatro testemunhas de acusação, que faltaram no julgamento de 9 de fevereiro: os moradores Tiago dos Santos e Ismael Sacramento, além dos policiais Alanderson Sampaio e Bruno Mayrink, que a juíza Tula de Mello, da 1ª Vara Criminal do TJ, determinou que fosse conduzido para a audiência desta tarde. Três das quatro testemunhas já estavam presentes às 15h30, hora em que a sala do I Tribunal do Júri foi aberta para o público.