Petrópolis: comércio reabre após chuvas, mas movimento ainda é baixo

Chuvas que caíram sobre a cidade serrana em meados de fevereiro deixaram 232 mortos, 1.117 desabrigados e ainda cinco desaparecidos

Comerciantes do pólo de moda da Rua Teresa, na região central de Petrópolis, retomam atividades após as chuvas
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Comerciantes do pólo de moda da Rua Teresa, na região central de Petrópolis, retomam atividades após as chuvas

Passados 16 dias da tragédia das chuvas em Petrópolis , que deixou 232 mortos, 1117 desabrigados e ainda cinco desaparecidos , o comércio da Rua Teresa e região do Centro da cidade tenta retomar o movimento para se recuperar dos prejuízos decorrentes do temporal. Na parte alta da rua, muitas lojas já reabriram suas portas, inclusive no período de carnaval, mas o movimento ainda está baixo, com alguns comércios não tendo vendido sequer uma peça de roupa.

No entanto, não é toda Rua Teresa que retomou o movimento. O trecho entre a Rua 24 de Maio e, principalmente, a Servidão Homorato da Silva Pereira, onde houve deslizamentos que destruíram inclusive o asfalto, apesar de o cenário estar completamente diferente do dia seguinte da chuva, ainda há muita limpeza e reparos a serem feitos no comércio, que nesta área segue sem previsão de retorno.

Gerente de uma loja especializada em jeans, Luciana Avelar relata que desde a reabertura da loja, na semana passada, as vendas foram mínimas, assim como a procura dos clientes. Ela espera que o movimento reaqueça ao longo do mês e uma retomada real para abril, quando começa a demanda para o Dia das Mães.

"A gente inclusive abriu nesse período de carnaval para ajudar na recuperação, mas o movimento ainda está muito fraco aqui e nas outras lojas da rua. Tem dia que não fazemos uma venda sequer. Vamos ver se ao longo do mês os consumidores voltam, principalmente com a aproximação do Dia das Mães", disse.

Moradora da região de Corrêas, a psicóloga Bruna Assis percorria a Rua Teresa em busca de uma roupa para a filha. Animada, ela não esperava ver o comércio reaberto tão cedo após a tragédia e torce para que a região se recupere o mais breve possível.

"Fiquei feliz que as lojas reabriram nesta semana. Eu estive aqui dois dias após o temporal e não achava que fosse voltar a funcionar tão rápido. Fico feliz que isso mostra o esforço da cidade, das pessoas em retomarmos a vida, mesmo com tantas perdas trágicas. Vim fazer uma compra para dar uma ajuda. Espero que muitas pessoas venham também, pois Petrópolis está precisando", pediu Bruna.

Assim como na Rua Teresa, o comércio na Rua do Imperador também reabriu as portas e contava com um movimento maior, devido à variedade de lojas, já que não conta apenas com lojas de vestuário. No entanto, uma das lojas mais atingidas e que provocou comoção em todos, seguia fechada.


Na Livraria Nobel, onde a imagem dos livros destruídos pela água e colocados na calçada viralizou, funcionários seguiam contando o estoque nesta quarta-feira. No entanto, o proprietário Amauri Madeira avisava a todos que passavam na porta do estabelecimento, que as portas serão abertas no próximo sábado e fez um apelo aos leitores petropolitanos.

"Nossa perda foi muito grande, muito mesmo. Mas seguimos aqui e vamos reabrir no sábado. Pedimos agora a quem quer ajudar nossa livraria a seguir que venham nos visitar e comprem. Estaremos de portas abertas e prontos para receber todos nossos clientes de volta", afirmou.