Após polêmica, YouTube proíbe Monark de criar novos canais

Demitido após defender criação de partido nazista, ex-apresentador do podcast Flow diz que 'pessoas poderosas' querem o 'destruir'

Após polêmica, YouTube proíbe Monark de criar novos canais
Foto: Reprodução
Após polêmica, YouTube proíbe Monark de criar novos canais

Demitido após defender a criação de um partido nazista em episódio recente do podcast Flow, Bruno Aiub, mais conhecido como Monark, está vetado do YouTube. O influenciador digital foi avisado pela empresa de que está proibido de criar um novo canal, por ter violado "políticas de responsabilidade do criador de conteúdo" estabelecidas pela plataforma.

"Responsabilidade é prioriedade máxima para o YouTube, é muito importante que os criadores de conteúdo usem sua influência com responsabilidade — dentro e fora da nossa plataforma", comunicou o YouTube a Monark, por meio de um e-mail.

A medida determina a suspensão da monetização do atual canal de Monark, que seguirá com os antigos conteúdos disponíveis para visualização. E estabelece que, a partir de então, o influenciador digital não poderá criar um novo canal dentro do YouTube ou se utilizar de terceiros para burlar as restrições.

'Preciso de ajuda', diz Monark

A situação foi exposta pelo próprio Monark por meio do Twitter. O influenciador digital reproduziu, em sua conta no microblog, parte do e-mail que recebeu do YouTube. Ele afirma que "está sofrendo perseguição política".

"Eles (YouTube) me proibiram de criar um novo canal para poder continuar minha vida, pessoas poderosas querem me destruir. Liberdade de expressão morreu", reclamou Monark, em post no Twitter.

Num vídeo publicado também no Twitter, nesta sexta-feira (18), Monark voltou a comentar o assunto. "Gente, é o seguinte: recebi um e-mail hoje do YouTube dizendo que eu não posso mais criar mais canais criar no YouTube ou monetizar canais no YouTube, por causa dos meus comentários, que foram infelizes, sim, mas de maneira alguma foram mal intencionados e de maneira alguma defenderam qualquer ideologia extremista", defendeu-se, no post.

No mesmo vídeo, Monark reclama do excesso de retaliações contra ele, a despeito das desculpas que já fez e do fato de ter sido demitido do Flow Podcast. "Sofri as consequências. Perdi o Flow. Saí da empresa, do meu programa. Pedi desculpas várias vezes. Mas não acabam as retaliações. Parece que pessoas muito poderosas querem me destruir completamente. E eu preciso da ajuda de vocês, porque isso não é justo. Errar, eu errei. Mas as consequências estão fora de proporção. Estão literalmente tentando acabar e aniquilar com a minha vida. É isso que é justo?", questionou.

Relembre caso

O programa Flow Podcast entrou no centro da controvérsia esta semana depois que seu apresentador, Bruno Aiub, o Monark, defendeu que um partido nazista possa ser reconhecido por lei no país, o que contraria princípios constitucionais. Em vídeo publicado em suas redes sociais, o youtuber afirmou que "estava muito bêbado" e que se expressou de forma "insensível" com a comunidade judaica.

Na ocasião, Monark afirmou que "o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido" durante debate com os deputados federais Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB), que criticou o posicionamento do apresentador. A discussão surgiu quando Tabata disse que tanto governos extremistas de direita quanto de esquerda devem ser condenados com a mesma veemência.