Lutador que convidou Mario Frias para NY já citou slogan nazista

Nomeado como Embaixador do Turismo pelo governo Bolsonaro, Renzo Gracie, que hoje vive nos EUA, se envolveu em incidente diplomático em 2019

Mario Frias e Renzo Gracie em viagem a Dubai, em novembro de 2021
Foto: Reprodução/Twitter
Mario Frias e Renzo Gracie em viagem a Dubai, em novembro de 2021

O lutador de jiu-jitsu Renzo Gracie, que convidou o secretário especial de Cultura Mario Frias para uma viagem de caráter urgente a Nova York — algo que custou R$ 39 mil aos cofres públicos , como revelou o colunista Lauro Jardim —, coleciona uma série de polêmicas.

Nomeado ao posto de "Embaixador do Turismo", em 2019, pelo ministro Gilson Machado, o esportista aposentado se envolveu, naquele ano, num incidente diplomático com a França. Diante de críticas do presidente francês Emmanuel Macron à maneira como o governo Bolsonaro lidava, naquele período, com as queimadas na Amazônia, Renzo Gracie publicou um vídeo em que definia Macron como "palhaço" e homem com "pescoço de franga".

Na mesma ocasião, o lutador, que hoje vive nos EUA, chamou a primeira-dama da França, Brigitte Macron, de "dragão". O cônsul-geral da França em São Paulo, Brieuc Pont, reagiu às ofensas por meio de suas redes sociais: "Cachaça deve ser consumida com moderação, e nó de gravata, ajustado. Sem falar dos modos na mesa", escreveu Pont.

Exaltação a nazista

Antes, em 2012, Gracie havia ironizado a situação da França durante a Segunda Guerra Mundial, quando o país foi ocupado por tropas alemãs. No Twitter, Gracie publicou a frase "My honor is my loyalty" ("Minha honra é minha lealdade", em tradução livre), atribuída a Heinrich Hinmler, um dos maiores líderes do nazismo. Grafada na fivela dos cintos dos uniformes da milícia alemã SS, o lema foi uma espécie de slogan nazista na Alemanha de Hitler.

Criticado por um seguidor francês por exaltar um lema nazista, Gracie não se retratou e, em seguida, manteve a postura debochada. "Não é minha culpa que seus avôs deixaram eles (alemães) marcharem sem lutar. Isso produziu essa geração fraca que votou no seu presidente", respondeu, numa nova provocação a Macron. Depois, Gracie ponderou que não sabia quem era Heinrich Hinmler, mas que gostava do significado da frase.

Biografia a caminho

Na próxima segunda-feira (14), a editora Auster lança o livro "Renzo Gracie: uma vida heroica", sobre a trajetória do brasileiro que faz parte do tradicional clã de lutadores de jiu-jitsu no país. A biografia é escrita por Roberto Alvim, ex-secretário de Cultura que foi exonerado do cargo, em 2020, após a publicação de um vídeo com referência ao nazismo.