RJ: paciente com suspeita de câncer espera por transferência há um mês

Mulher vive drama desde o começo de janeiro e sequer tem diagnóstico ainda

Paula espera por uma transferência há quase um mês
Foto: Acervo pessoal
Paula espera por uma transferência há quase um mês

A paciente Paula Cristina Mendanha, de 37 anos, vive um drama desde o começo de janeiro. A moradora de Sepetiba, na Zona Oeste do Rio, deu entrada no Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, no dia 9 daquele mês, para tratar de uma lesão na mama esquerda, que acredita ser um câncer, mas precisa passar por um oncologista para confirmar e inicar o tratamento. Como não tem essa especialidade na unidade, há um mês ela está a espera de uma transferência.

Segundo Isabela Rosa Mendanha sua irmã sequer tem um diagóstico. Ela contou ainda que o pedido de transferência foi feito pelo médico no dia 11 de janeiro, mas ainda não há nenhuma previsão de isso acontecer. Isabela disse que os médicos já suspenderam os medicamentos e a paciente está só recebendo morfina para amenizar a dor.

"Ela se internou no dia 9 de janeiro. Estava nos antibióticos e outros remédios, sendo que agora eles pararam com tudo. Está só com a morfina, para casos de dor, mas não é uma coisa regular. A ferida está cada vez abrindo mais. Tudo indica que é um câncer. Está muito complicada a situação dela. Falamos com o médico na segunda-feira e ele respondeu: "infelizmente não posso invadir a casa de ninguém" e que tem de esperar um contato para transferir minha irmã. O pedido de transferência foi feito no dia 11 (de janeiro), mas até agora não falaram nada", informou Isabela.

A paciente está aguardando a transferência para poder fazer a biópsia e operar. No momento, ela está apenas nos curativos e aguardando o surgimento de uma vaga que, segundo a família, segue sem previsão.

Procurada a Secretaria municipal de Saúde confirmou que a paciente foi inserida no Sistema Estadual de Regulação em 11 de janeiro e que ela será transferida assim que houver disponibilidade de vaga em outras redes, que dispõem da especialidade. "Ela segue no momento acompanhada por equipe multidisciplinar do HMRF e seu curativo é trocado diariamente", diz a nota.

A Secretaria estadual de Saúde também foi procurada e respondeu, por meio da Central Estadual de Regulação, que é necessária a realização da biópsia na unidade de origem confirmando o diagnóstico, para que a transferência da paciente seja realizada.

Confira, a seguir, a nota da SMS:

"A direção do Hospital Municipal Rocha Faria (HMRF) informa que Paula Cristina Mendanha foi inserida no Sistema Estadual de Regulação no dia 11 de janeiro. A regulação desta especialidade é feita pela Central Estadual de Regulação e as unidades de referência pertencem às redes federal, estadual e universitária. A paciente será transferida assim que houver disponibilidade de vaga. Ela segue no momento acompanhada por equipe multidisciplinar do HMRF e seu curativo é trocado diariamente".

Veja a nota da Secretaria de Estado de Saúde:

"A Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Central Estadual de Regulação (CER), informa que é necessária a realização de biópsia na unidade de origem confirmando o diagnóstico para que, assim, possa ser realizada a transferência da paciente Paula Cristina Mendanha".