Mãe de Monique diz acreditar que Henry foi vítima de morte violenta
Em audiência, Rosângela Medeiros afirmou que a filha jamais seria capaz de agredir a criança e que a classificou como zelosa, carinhosa, preocupada e protetora
Durante a continuação da audiência de instrução e julgamento do processo em que Monique Medeiros da Costa e Silva e o ex-namorado, Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, são réus por torturas e homicídio do filho dela, Henry Borel Medeiros, a mãe da professora afirmou acreditar que o neto possa ter sido vítima de agressões que causaram lesões internas e o levaram a morte. Em depoimento de mais de duas horas, no plenário do II Tribunal do Júri, a professora Rosângela Medeiros da Costa e Silva defendeu que a filha jamais seria capaz de praticar violência contra o menino e a classificou como uma zelosa, carinhosa, preocupada e protetora.
A juíza Elizabeth Machado Louro, responsável pelo caso, negou um pedido de conversão da prisão preventiva de Monique para outras medidas cautelares. A magistrada alegou a garantia da Ordem Pública e a proteção da própria Monique, que é alvo de ataques de ódio na internet e redes sociais.
"Amor não mata. Henry foi extremamente amado, cuidado, protegido. Monique foi réplica de cuidados com o filho. Nós fazíamos comidinhas, nós regávamos as plantinhas. Era um menino educado e minha filha sempre foi uma excelente mãe, que por onde ela passou tem testemunhas que confirmam isso", disse Rosângela.
O interrogatório do ex-casal foi marcado pela juíza Elizabeth Machado Louro para o dia 9 de fevereiro de 2021. Atualmente, o médico e ex-vereador Jairinho está preso preventivamente na Cadeia Pública Pedrolino Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.
A professora Monique está no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica. Nesta quarta-feira, foram ouvidas cinco testemunhas arroladas pelos advogados dela. Além do delegado Antenor Lopes Martins Junior, diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC), prestaram depoimento o tio Reinaldo César Pereira Schelb, a babá Glauciene Ribeiro Dantas e ainda o irmão Bryan Medeiros da Costa e Silva.
Durante a continuação da audiência de instrução e julgamento do processo, nesta quarta-feira, em que Monique Medeiros da Costa e Silva e o ex-namorado, Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, são réus por torturas e homicídio do filho dela, Henry Borel Medeiros, a professora e o médico e ex-vereador auxiliam seus advogados na condução dos depoimentos das testemunhas. Sentados a dois metros de distância (Monique à frente do ex-namorado), eles a todo momento folheiam as páginas do processo, fazem anotações e comentários nos ouvidos dos seus defensores. Monique e Jairinho estão dividindo pela primeira vez o mesmo ambiente desde que foram presos, em 8 de abril.
Ambos usam máscara descartável contra Covid-19 e vestem uniformes da Secretaria de Estado de Administração Penitência (Seap): calça jeans, blusa de manga comprida branca e chinelos. O mesmo comportamento de auxílio dos réus foi registrado na audiência de terça-feira, quando a professora chegou a chorar após uma testemunha elogiá-la como mãe. Em determinado momento, nesta quarta-feira, Monique, baixando a máscara, foi vista rindo juntamente com seu advogado.
Serão ouvidas, nesta quarta-feira, dez testemunhas selecionadas pelos advogados da professora Monique Medeiros da Costa e Silva durante a continuação da audiência de instrução e julgamento. Entre os depoentes selecionados pelos advogados para serem ouvidos no plenário do II Tribunal do Júri, no Tribunal de Justiça do Rio, estão familiares, funcionários e até uma ex-namorada do então parlamentar.
Estão na lista o delegado Antenor Lopes Marrons Junior, diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC), divisão administrativa a qual a 16ª DP (Barra da Tijuca), onde o caso foi investigado, está subordinada. Serão ouvidos ainda a professora Rosângela Medeiros da Costa e Silva e Bryan Medeiros da Costa e Silva, mãe e irmão de Monique, e Ana Paula Medeiros Pacheco, tia da professora.
Na audiência de terça-feira, sete testemunhas arroladas por Jairinho foram ouvidas. Umas delas, o vereador na Câmara Municipal do Rio e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Município do Rio, Thiago K. Ribeiro, classificou Jairinho como um colega carinhoso.