Caso Henry: testemunha diz que Jairinho era carinhoso e brincalhão

Vereador e conselheiro do Tribunal de Contas do Município do Rio diz em tribunal ter visto Jairinho agindo de forma carinhosa com crianças

Foto: Reprodução
Dr. Jairinho, acusado de matar Henry Borel

Vereador na Câmara Municipal do Rio ao lado de Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, desde 2012, o atual conselheiro do Tribunal de Contas do Município do Rio Thiago K. Ribeiro depôs, no início da tarde desta terça-feira, na condição de informante do processo. Alegando ter vínculo de amizade com o ex-vereador, ele contou frequentar ambientes sociais e familiares com ele e ter conhecido o apartamento em que Jairinho morava com Monique Medeiros e Henry, em janeiro deste ano. Monique e Jairinho estão dividindo o mesmo ambiente desde que foram presos, em 8 de abril.

"Ele era um dos colegas mais carinhosos", disse, negando ter sabido de qualquer atitude violenta contra qualquer criança e afirmando que viu a relação cordial como Jairinho tratava o então enteado. Ele acrescentou presenciar o ex-vereador sendo carinhoso com crianças, chegando a brincar de jogá-las para o alto. "Não consigo entender o que aconteceu, não condiz com a figura dele."

Thiago K. Ribeiro disse que esteve com Monique em duas ocasiões — na posse de Jairinho como vereador e depois no apartamento do condomínio Majestic, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, onde o menino morreu.

A primeira testemunha ouvida, nesta manhã, foi a cabeleireira Tereza Cristina dos Santos, arrolada pelo promotor Fábio Vieira e que não havia sido localizada nem intimada para a audiência do dia 6 de outubro. Ela corroborou o depoimento que prestou na 16ª DP (Barra da Tijuca), em 14 de abril, quando contou trabalhar em um salão de beleza no Shopping Metropolitano frequentado por Monique desde janeiro. Ela relatou lavar o cabelo da professora, por volta de 16h30m do dia 12 de fevereiro, quando presenciou uma chamada de vídeo feita por Henry.


Na ligação, Tereza disse que o menino perguntava: “Mãe, eu te atrapalho? O tio disse que eu atrapalho”. A criança também teria relatado que “o tio bateu” ou “o tio brigou”. A cabeleireira contou também que Monique falou com a babá de Henry, Thayna de Oliveira Ferreira, que mandou vídeos dele mancando. Em seguida, ela disse que professora recebeu um telefonema de Jairinho, com quem teve uma discussão.

A terceira testemunha que está sendo ouvida é a tia de Jairinho, a professora Herondina de Lourdes Fernandes. Foi na casa dela, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, onde ele estava com Monique ao ser preso por policiais da 16ª DP. Na ocasião, dois celulares foram arremessados do quarto onde o casal dormia pelo basculante do banheiro.