Pais denunciam racismo após filho de 15 anos ser acusado de roubo em loja de SP

Jovem foi acusado de furtar o relógio de um funcionário da loja Centauro; pai do garoto estava no local e chamou a polícia

Foto: Reprodução
Jovem foi revistado em loja de São Paulo

 Um jovem negro de 15 anos foi acusado de roubar um relógio de um funcionário da loja Centauro, no Shopping Center Norte, em São Paulo, na última quarta-feira (10). Os pais do adolescente acusam o estabelecimento de  racismo e registraram um boletim de ocorrência.

Nas redes sociais, a mãe do garoto, Kamila Silva, disse que se sentiu "nervosa e impotente" enquanto o marido e o filho aguardavam a polícia chegar ao shopping após o jovem ser acusado de roubo.

"O vendedor e o gerente os abordaram pedindo que eles mostrassem as sacolas e pertences na frente de outros clientes, com loja cheia. Chamaram o segurança do shopping e meu esposo, sabiamente, chamou a polícia. A loja se recusa a dar os nomes dos envolvidos e mantém o posicionamento", escreveu a mulher.


O pai de João Luís dos Santos, Viola Luis, escreveu em seu perfil no Facebook que o filho foi acusado de furto "sem qualquer comprovação". "Os vendedores nos abordaram querendo nos revistar e mantendo o posicionamento de acusação até a polícia chegar. Tudo isto na frente de lojistas, clientes e o segurança do shopping acompanhando a pedido do vendedor. Uma sequência de absurdo atrás do outro. Após muito nervoso, BO feito", relatou.


Os pais do garoto pediram que os amigos compartilhassem as publicações e afirmaram que vão processar a loja. "Vamos até o fim com um processo na Centauro, mas eu escrevo pela honra e dignidade do meu filho que, precocemente, já enfrenta de maneira crua e dura como é a sociedade que vivemos. O nome disto? Racismo estrutural. Meu coração está em pedaços", ressaltou a mãe.

O boletim de ocorrência foi registrado no 9º DP, do Carandiru, como crime resultante de preconceito de raça ou de cor. O caso será investigado.

Em nota ao iG , a loja informou que está "apurando os fatos com prioridade e com a profundidade que o caso exige. A abordagem relatada não é prática da companhia e nem reflete o posicionamento e os valores da Centauro, uma empresa que não tolera atos de injustiça ou de discriminação e preconceito".