Partidos da "terceira via" ajudam governo a aprovar PEC dos Precatórios
Legendas que podem ter candidatos à Presidência votaram majoritariamente a favor de proposta
Três partidos que tentam construir uma terceira via nas eleições presidenciais — PSDB, PSD e Podemos — ajudaram o governo do presidente Jair Bolsonaro a aprovar em primeiro turno , na Câmara dos Deputados, a PEC dos Precatórios, que muda o teto de gastos para viabilizar o Auxílio Brasil em ano eleitoral.
O placar foi apertado: votaram a favor da PEC 312 deputados, quatro a mais do mínimo para aprovar uma mudança na Constituição (308 votos). Foram contrários 144 parlamentares.
Dos 32 deputados do PSDB, 22 foram favoráveis ao texto. Seis foram contrários e três não votaram. A legenda tem três pré-candidatos à Presidência, que disputarão prévias: os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. Todos os seis votos contrários do partido vieram da bancada de São Paulo.
O cenário foi semelhante no PSD: dos 35 deputados, 29 votaram com o governo federal. Cinco foram contrários e um não votou. O presidente do partido, Gilberto Kassab, tenta viabilizar a candidatura a Presidência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), que se filiou recentemente à sigla.
Já o Podemos rachou, mas com maioria a favor da PEC: dos 10 deputados, cinco foram favoráveis, quatro contrários e um não votou. O ex-juiz Sergio Moro se filiará na semana que vem ao partido e é cotado para disputar a Presidência.
Na quarta-feira, antes da votação da PEC, Moro publicou em sua conta no Twitter que "aumentar o Auxílio Brasil e o Bolsa Familia é ótimo", mas que "furar o teto de gastos, aumentar os juros e a inflação, dar calote em professores, tudo isso é péssimo" e defendeu a responsabilidade fiscal.