Cantor gospel indiciado por calote de R$ 340 mil em marcas de luxo é preso em SP
Além do cantor, outras duas pessoas também foram indiciadas por suspeita de participação dos golpes em marcas de luxo
Indiciado pela Polícia Civil do DF por suspeita de aplicar golpes em marcas de luxo — Prada, Gucci e Burberry — no valor de R$ 340 mil, o cantor e blogueiro gospel André Luís dos Santos Pereira, de 35 anos, foi preso pela Polícia Militar de São Paulo na última sexta-feira. Ele foi abordado no bairro Rudge Ramos, em São Bernardo do Campo, na Grande SP, e, ao realizarem consultas com seu documento, os agentes constataram que o artista era procurado pela Justiça do Distrito Federal — em 2019 Pereira foi condenado a três anos, cinco meses e três dias de reclusão em regime semiaberto, além de 20 dias-multa, por participação na máfia dos concursos.
O cantor foi encaminhado para o 2º DP de São Bernardo do Campo, onde o caso foi registrado como captura de procurado, informou a Secretaria de Segurança Pública de SP. De acordo com a pasta, no carro onde Pereira com duas outras pessoas estava foram encontrados cartões bancários e documentos.
Além do cantor, outras duas pessoas também foram indiciadas por suspeita de participação dos golpes em marcas de luxo no DF: Carlos Roberto Saraiva Júnior e Tiago Barbosa de Miranda. O trio foi denunciados po funcionários das grifes, que procuraram a 5ª DP (Área Central). Os R$ 340 mil são referentes a artigos de vestuário, como ternos, camisas, calças, sapatos e cintos que, segundo as vítimas, foram adquiridos com transferências bancárias falsas. Os suspeitos respondem por associação criminosa e estelionato.
De acordo com o delegado-chefe da 5ª DP, Gleyson Mascarenhas, representantes da Gucci e da Prada fizeram um registro de ocorrência contra os suspeitos.
"Eles denunciaram que havia uma associação criminosa que havia dado o golpe neles. A gente investigou e chegou-se até os envolvidos", disse o policial.
Segundo ele, os suspeitos entraram em contato com vendedores das lojas e solicitaram atendimentos VIP — quando as roupas são levadas até os compradores. O trio usaria escritórios mantidos na Área Central.
Um dos atendimentos VIP foi em 6 de setembro, marcado com um vendedor da Prada. Foi feita uma compra no valor de R$ 151,3 mil. Dois dias depois, um funcionário da Gucci fez uma venda de R$ 124,3 mil.
"Um deles saía com as roupas e um outro simulava uma transferência bancária, fazia uma simulação falsa. Como são empresas grandes, que o dinheiro vai para conta jurídica, demorava para confirmar e, enquanto isso, eles tinham ido embora com as roupas já", afirmou o delegado.
O policial disse que num determinado caso, os supeitos simularam uma transferência e, propositalmente, colocaram o nome do banco errado. Assim, a transação nunca se concretizaria.
Uma terceira loja também foi alvo dos suspeitos. A Burberry ainda não fez uma representação contra o trio, mas um vendedor já foi ouvido na 5ª DP.
"Ele confirmou que foram feitas compras lá na mesma forma que foram feitas nas outras duas (lojas). (Foram gastos) Em torno de R$ 72 mil", disse Mascarenhas.
Máfia dos concursos
Mais de 70 pessoas já foram indiciadas na investigação da Polícia Civil do DF sobre a máfia dos concursos. A primeira fase da operação que investiga as fraudes ocorreu em 2016. André, de acordo com o processo, era o responsável por captar clientes para a quadrilha.
Entre os integrantes do bando, de acordo com a polícia, estão pessoas que ajudaram a manter o esquema e outras que foram ilegalmente aprovados em concursos ocorridos no DF, entre eles o do Superior Tribunal de Justiça (STJ), da Secretaria de Educação e do Corpo de Bombeiros.
Em maio deste ano, em mais um descobramento da operação, quatro servidores da Secretaria de Saúde foram presos suspeitos de participar do esquema.