Mortes no Paraguai: criminosos espalham bilhetes para tentar despistar polícia

Caso refere-se às 28 mortes que ocorreram que podem estar ligadas ao narcotráfico nos últimos três meses; em média, trata-se de um homicídio a cada três dias

Foto: Reprodução
Atentados no Paraguai: matadores espalham bilhetes para tentar despistar polícia

Matadores com envolvimento em 28 casos de  assassinatos na fronteira entre o Brasil e o Paraguai estão utilizando uma tática para confundir a investigação policial: a distribuição de bilhetes nos locais dos crimes. As informações são do portal Uol.

Segundo levantamento, nos últimos três meses a região vive com uma média de um homicídio a cada três dias. O último foi registrado no dia 17, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, com um recado que dizia: "Matei 3 meninas inocentes. Fique de exemplo".

O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rafael Alcadipani, defende a hipótese de que o "PCC está querendo consolidar ainda mais o seu domínio no Paraguai. Mas há outras facções tentando se estabelecer. São elementos de conflito que acabam resultando em assassinatos. A utilização desse recurso [uso de bilhetes] é uma forma da facção mascarar a autoria dos crimes. Até que ponto o PCC quer assumir que está comprando uma briga com autoridades paraguaias e com facções rivais?"

A prática pode ter o envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) ao tentar se desvincular dos crimes, segundo informações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). O órgão atesta que captou uma mensagem do grupo criminoso, por meio de seu serviço de inteligência, em que seus líderes negam o envolvimento com os ocorridos na região sob o pretexo de "não matar pessoas inocentes".


Odilon Oliveira, juiz aposentado e especializado no combate ao crime organizado na fronteira entre Brasil e Paraguai, havia declarado no último dia 14, que "Eles [PCC] eliminam qualquer grupo adversário que se manifeste contra a ação deles na fronteira. Estamos falando de uma região que serve de base para a criminalidade, onde há um histórico de mortes".