Fiocruz vai na contramão de Bolsonaro e defende uso do passaporte da vacina
Pesquisadores alegam se tratar de uma medida estratégica para aumentar a imunização
A polêmica do “passaporte de vacinação contra a covid-19”, que veta a entrada de pessoas que não se vacinaram em determinados locais, já virou uma batalha judicial e ganhou, na sexta-feira, o apoio importante de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Na contramão do que prega o presidente Jair Bolsonaro, os especialistas apontam que a medida é uma importante estratégia para estimular e ampliar a imunização no país.
“O passaporte constitui hoje uma importante estratégia para estimular e ampliar a vacinação, além da disponibilidade de vacinas, sendo necessário elaborar diretrizes nacionais que possibilitem ampliar este processo, uma vez que é crescente o número de municípios que o adotam, cada um definindo seus critérios para os locais onde o documento deve ser exigido”, diz o boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado nesta sexta-feira.
Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro criticou a medida e os governadores que a adotaram. “Quero dizer que, naquilo que depender do governo federal, não temos passaporte da covid. Nunca apoiamos medidas restritivas. Sempre estivemos ao lado da liberdade, do direito de ir e vir, do direito ao trabalho e da liberdade religiosa”, alegou.
O presidente ainda chamou os que adotam a medida de "protótipos de ditadores". “Algumas medidas restritivas estão aparecendo agora pelo Brasil, nós não podemos admitir. A liberdade acima de tudo. O governo federal, nós compramos cada vacina distribuída pelo Brasil. Nós demos todos os meios para combater a pandemia. Não podemos admitir que alguns protótipos de ditadores em nome da saúde queiram tirar a liberdade de vocês", concluiu.