'Zé Trovão' dribla proibição do STF e volta a incitar atos antidemocráticos

Líder dos caminhoneiros, Marcos Antônio Pereira Gomes participou de transmissão de vídeo com o blogueiro que também é alvo de investigação

Foto: Reprodução/Youtube
Zé Trovão dribla proibição do STF e faz nova incitação em rede social

Alvo de investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de organizar atos antidemocráticos para o dia 7 de setembro , o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, descumpriu ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) e voltou a participar de transmissão em redes sociais para incitar a realização de atos violentos com fechamento de estradas para pressionar o Senado a aceitar pedido de impeachment contra ministros do Supremo.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes que autorizou busca e apreensão contra o caminhoneiro também havia bloqueado suas redes sociais e proibido que ele aparecesse em redes sociais de terceiros . "Bloqueio e não participação em suas e em quaisquer redes sociais", escreveu o ministro. Também o proibiu de se comunicar com outros manifestantes.

Zé Trovão, entretanto, participou, na noite do último domingo, de uma transmissão ao vivo no YouTube realizada pelo blogueiro Oswaldo Eustáquio, que também foi alvo de outra investigação da PGR sobre atos antidemocráticos.

Na transmissão, Zé Trovão afirma que irá participar das manifestações no 7 de setembro, embora não cite o lugar aonde irá, e confirma sua atuação para organizar os atos. O plano que ele descreve é que os caminhoneiros irão paralisar as atividades e bloquear estradas a partir das 6h da manhã do dia 7 de setembro.

"Em algum canto do Brasil eu vou aparecer. Talvez seja na (Avenida) Paulista, talvez seja em Brasília, talvez seja em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, não sei", firmou.

A decisão do STF cita expressamente que ele está proibido de participar de manifestações em Brasília. Zé Trovão chega a desafiar a Polícia Federal a prendê-lo nas manifestações.

"Se prepara meu amigo, porque se quiserem me prender no dia 7 de setembro, vão me prender no meio do povo."

Outro investigado no mesmo inquérito, o jornalista Wellington Macedo, também suspeito de convocar e apoiar os atos antidemocráticos, aparece na mesma transmissão, apesar de a ordem do STF ter proibido o contato entre os investigados.

O advogado Levi de Andrade, que defende Zé Trovão, também participou da mesma transmissão e afirmou que seu cliente não estava descumprindo as ordens do STF.

"Não consta a restrição de dar entrevista a jornalistas. Como é o teu caso (dirigindo-se a Eustáquio), aqui não é uma rede social, é um programa jornalístico. Você é jornalista e está entrevistando o Zé Trovão e o Wellington sem problema", afirmou o advogado.

"Ele não está proibido, em razão disso ele não pode ser preso porque não está descumprindo determinação do ministro Alexandre de Moraes", argumentou.