Fachin destaca que PF ainda vai pedir autorização do STF para apurar vazamentos

Corporação anunciou abertura de inquérito que poderia ter parlamentares como alvos, mas depois afirmou que pediria aval da Corte para prosseguir com apuração

Foto: Nelson Jr./SCO/STF
Ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF)


O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido feito pela cúpula da CPI da Covid, que queria suspender uma investigação anunciada pela Polícia Federal (PF) para apurar o vazamento de informações na comissão. Fachin rejeitou o pedido porque, depois de ter anunciado o inquérito, a PF informou que ainda não o abriu e que vai pedir autorização do STF para isso.

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O pedido ao STF foi feito pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), pelo vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL). O argumento é de que a apuração de vazamentos teria como investigados parlamentares da comissão, que têm foro privilegiado. Assim, seria preciso uma autorização do STF.

Em sua decisão, Fachin destacou que a PF não pode abrir por conta própria um inquérito policial para investigar um parlamentar. Por outro lado, ressaltou que a corporação mostrou respeitar os procedimentos corretos, ao dizer que pediria autorização do STF para começar a investigação.

Na quinta-feira, a PF informou que solicitaria ao STF autorização para abertura de inquérito para apurar o suposto vazamento de depoimentos sigilosos enviados à CPI da Covid. Esse depoimentos fazem parte de duas investigações em curso na corporação para apurar suspeitas de prevaricação do presidente Jair Bolsonaro envolvendo a vacina Covaxin, e suspeitas de irregularidades na compra dessa vacina.

"Repise-se que em nenhum momento a PF imputou qualquer conduta à CPI ou seus representantes e a investigação não foi sequer inaugurada, em razão do trâmite interno em observância à instrução normativa de polícia judiciária desta instituição e da pendência de expedição de ofício para o STF autorizar eventual instauração de inquérito", informou a PF.