Integrantes da cúpula da Seap detidos não têm fotos em fichas prisionais
Presos nesta terça-feira, os membros da cúpula da Secretaria de Administração Penitenciária deram entrada no sistema prisional sem que suas fichas contivessem suas fotos
Presos nesta terça-feira na Operação Simonia, da Polícia Federal, os membros da cúpula da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio deram entrada no sistema prisional sem que suas fichas contivessem suas fotos. A informação foi revelada pelo portal G1.
Exonerado após a prisão, o ex-secretário de Administração Penitenciária Raphael Montenegro Hirschfield, o subsecretário Wellington Nunes da Silva, e o superintendente operacional Sandro Farias Gimenes são suspeitos dos crimes de falsidade ideológica, prevaricação e advocacia administrativa. Eles estão detidos no presídio Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.
A reportagem entrou em contato com a Seap para saber das explicações sobre a ausência das fotos nas fichas dos detidos, mas ainda não recebeu resposta da secretaria.
Raphael Montenegro foi exonerado em decreto assinado pelo governador Cláudio Castro e publicado no Diário Oficial estadual no dia de ontem. Em seu lugar, assume o delegado da Polícia Federal Victor Hugo Poubel, que já atuou em diversos órgãos da superintendência Rio da PF, como a Interpol, a Corregedoria, as delegacias do Aeroporto Internacional, de Polícia Fazendária, e de Polícia Previdenciária.
Segundo as investigações, Raphael Montenegro, Wellington Nunes da Silva e Sandro Faria Gimenes permitiriam o retorno para o Rio de Janeiro de presos integrantes do Comando Vermelho (CV) que estavam custodiados fora do estado. O objetivo seria possibilitar que pudessem comandar de dentro da cadeia, e com maior facilidade, as atividades criminosas da facção. A contrapartida seria que os chefes do CV dessem uma trégua em algumas ações criminosas, passando para a sociedade e autoridades de segurança pública 'uma falsa ideia de tranquilidade social'.
De acordo com a PF, há também suspeita de que os investigados teriam negociado o pagamento de propinas para autorizar o retorno ao Rio de lideranças do CV custodiados em presídios fora do estado.