RJ: após soltura de chefe de facção, governador exonera secretário

Soltura de um dos chefes da mais importante facção criminosa do Rio, com mandado de prisão ativo, gerou desgaste entre Tribunal de Justiça fluminense e governo do estado

Foto: Divulgação
Ex-secretário da Administração Penitenciária do RJ, Raphael Montenegro


O governador do Rio Cláudio Castro exonerou o secretário de Administração Penitenciária, Raphael Montenegro, na tarde desta sexta-feira. Em seu lugar foi escolhido o delegado da Polícia Federal Victor Hugo Poubel. Pesou contra Montenegro a saída de um dos chefes da maior facção criminosa do estado, Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, de 50 anos, mesmo com mandado de prisão ativo, no último dia 27. A movimentação será publicada no Diário Oficial da próxima segunda-feira.

A Vara de Execuções Penais (VEP) determinou, inclusive a apreensão de imagens de 24 câmaras do Presídio Vicente Piragibe, no Complexo de Gericinó, a pedido do Ministério Público do Rio (MPRJ), para investigar se houve irregularidades na soltura do preso, conformou O GLOBO/Extra publicaram. Na época da soltura de Quintanilha, Montenegro afirmou que cumpriu o protocolo para liberar o detento, pesquisando o sistema do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) e o Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No entanto, ele admitiu que a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) recebeu o aviso do 3º Tribunal do Júri da Capital comunicando também sobre o mandado de prisão contra Quintanilha.

O registro no livro de portaria do presídio constando a entrada de três tortas, salgadinhos e embalagens de frango para um suposto churrasco, no dia do aniversário de Quintanilha, dia 24 de julho, também denunciado pelo O GLOBO/Extra, repercutiram mal na administração de Montenegro. Segundo fontes, as relações dele com o Tribunal de Justiça ficaram estremecidas, apesar de o secretário ser filho de uma magistrada e enteado de um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).


Poubel, de 54 anos, já concorreu a uma vaga de vereador pelo paretido da Cidadania nas últimas eleições fluminenses, mas não foi eleito. Ele obteve 1.379 votos.