PEC do Voto Impresso: Câmara rejeita proposta e impõe derrota a Bolsonaro
Votação foi marcada por discursos veementes da oposição e situação
O plenário da Câmara dos Deputados rejeitou a Proposta de Emenda à Constituição 135/19, que torna obrigatório o voto impresso. O resultado é uma derrota para o governo do presidente da República, Jair Bolsonaro, que, nas últimas semanas, subiu o tom nos ataques ao processo eleitoral brasileiro e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Veja como foi a discussão e a votação
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Eram necessários 308 votos favoráveis ao texto de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF). No entanto, apenas 229 parlamentares apoiaram a PEC. "O assunto está encerrado na Câmara", disse o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Histórico
Apesar de a proposta ter sido rejeitada em comissão especial na última sexta-feira (6), por 22 votos a 11 , o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), decidiu colocá-la em votação nesta terça-feira (10).
Segundo o parlamentar, os pareceres de comissões especiais não foram conclusivos e a disputa em torno do tema “já estava indo longe demais” .
“Para quem fala que a democracia está em risco, não há nada mais livre, amplo e representativo que deixar o plenário manifestar-se”, declarou Lira ao anunciar a votação pelo plenário.
“Só assim teremos uma decisão inquestionável e suprema, porque o plenário é nossa alçada máxima de decisão, a expressão da democracia. E vamos deixá-lo decidir”, disse na última semana.
Ameaças
Gabinetes de deputados contrários à PEC do Voto Impresso, defendida abertamente pelo presidente Jair Bolsonaro, receberam uma avalanche de telefonemas e e-mails com ameaças de bolsonaristas . O movimento se intensificou horas antes da votação do projeto na Câmara.