RJ: Preso morre após ter corpo queimado em incêndio durante rebelião
Motim teve início na última sexta-feira, após notícia de que detento seria transferido
A rebelião ocorrida na última sexta-feira no presídio Romeiro Neto, em Magé, na Baixada Fluminense, deixou um preso morto. Edson Alves Luiz , de 41 anos, teve queimaduras no corpo e chegou a ser atendido no Hospital estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo informações obtidas pelo GLOBO, o interno chegou à unidade em estado gravíssimo e manobras de reanimação chegaram a ser realizadas durante 20 minutos. Após esse período, ele acabou falecendo.
Durante a rebelião , os presos atearam fogo em colchões na unidade prisional. O Corpo de Bombeiros precisou ser acionado, assim como o Grupamento de Intervenção Tática (GIT) da secretaria. O motim teve início por causa da transferência de Avelino Gonçalves Lima, o Alvinho, de 50 anos. Por decisão administrativa da Seap, o preso seria levado do presídio Romeiro Neto para o Nelson Hungria, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.
Alvinho ficou preso de 1998 até 2007, quando fugiu. Em 2009, ele foi recapturado e está até hoje atrás das grades. Ele acumula 11 faltas disciplinares cometidas durante todo o período em que está preso.
Tanto o presídio Romeiro Neto quanto o Nelson Hungria são destinados a presos neutros e que estão no chamado seguro por soferem algum tipo de ameaça dentro do sistema carcerário. Nessas unidades, surgiu um grupo que se autodenomina Povo de Israel e pratica o que ficou popularmente conhecido como "Disque-extorsão". Alvinho é apontado como um dos chefes desse grupo.
Na sexta-feira, no presídio Nelson Hungria, presos também chegaram a iniciar um motim, mas foram contidos por agentes do GIT.
Edson Alves Luiz, que morreu na rebelião, estava preso desde 1º de dezembro de 2015, quando foi capturado em flagrante acusado de ter matado a ex-companheira a facadas. Em fevereiro de 2019, ele foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado.
Procurada, a Seap ainda não se manifestou sobre os questionamentos feitos pelo GLOBO.