'PM vendedor de vacinas' ganharia 25 centavos por dose negociada com governo
Mensagens encontradas no celular de Luiz Paulo Dominguetti - cabo da Polícia Militar de Minas Gerais - revelam o esquema na comercialização paralela dos imunizantes
Durante a sessão da CPI da Covid da última quinta-feira (01), Luiz Paulo Dominguetti - cabo da Polícia Militar de Minas Gerais - teve seu celular apreendido para a realização de uma perícia no objeto. Nele, foram encontrados detalhes à respeito da negociação paralela com o Ministério da Saúde para venda de vacinas contra a covid-19 . Segundo informações do portal G1, Dominguetti receberia uma comissão de vinte e cinco centavos de dólar para cada dose negociada com o governo federal.
Uma análise preliminar identificou quase 900 caixas de diálogos em aplicativos de mensagens. Entre elas, no dia 10 de fevereiro, o cabo da polícia enviou uma mensagem que dizia estar "negociando algumas vacinas em números superior a 3 milhões de doses. Neste caso a comissão fica em 0,25 centavos de dólar por dose".
Segundo Dominguetti, "o que estamos fazendo é pegar o volume da comissão e dividimos de forma igual a todos os envolvidos, claro que proporcionalmente aos grupos. Sendo três pessoas, eu, você e seu parceiro não teria objeções em avançar neste sentido".
O policia militar era o intermediário em um negócio de quase R$ 7 bilhões. A finalidade do grupo Davati - uma empresa americana a qual Dominguetti representava - era vender 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca ao governo Jair Bolsonaro .
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), senador e vice-presidente da CPI da Covid, alegou que a "suspeita é que existia uma busca pela corrupção".