Roberto Jefferson defendeu atos "contra a democracia", revela PF
Em conversa realizada com um empresário bolsonarista, o deputado defendeu a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal
Uma conversa revelada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (09) revelou que Roberto Jefferson (RJ) , ex-deputado e presidente da sua sigla, defendeu a realização de atos "contra a democracia" e da aplicação de um "ato institucional" contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo os diálogos, o ex-parlamentar só não se manifestou de maneira explícita "porque aí eu vou preso". As informações são do portal Uol.
A conversa era sobre as manifestações que solicitavam o fechamento do Supremo e do Congresso, realizado em frente ao QG do Exército, em Brasília. Os áudios foram enviados no dia 12 de maio de 2020.
Em determinado momento, Roberto diz que está "falando claramente em cassação dos ministros " do STF e que "isso quer dizer o seguinte, amigo: ato institucional. Só que eu não posso falar dessa forma porque isso me leva pra cadeia."
Jefferson também revelou estar ciente de que as manifestações tratavam-se de atos "contra a lei, contra a democracia".
A conversa foi obtida através de ações de busca e apreensão na Operação Lume e indica a conversa de Jefferson com o empresário bolsonarista Otávio Oscar Fakhoury. O militante foi alvo da PF, que apreendeu seus dois celulares e três discos rígidos no dia 15 de junho de 2020. Neles, encontravam-se as conversas com o ex-parlamentar Roberto Jefferson.
A reportagem procurou Jefferson e, caso o ex-deputado se manifeste, será publicado. Já a defesa de Fakhoury reiterou que a Procuradoria-Geral da República ( PGR ) solicitou o arquivamento do inquérito por "inexistirem indícios mínimos de infração penal".