Cassação do mandato de Flordelis é aprovada pelo Conselho de Ética
Perda do mandato ainda depende de votação do plenário da Câmara, que precisa aprovar parecer por 257 votos
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 16 votos a 1 , o parecer pela cassação do mandato da deputada Flordelis (PSD-RJ) por quebra de decoro parlamentar. Flordelis é apontada como a mandante do assassinato do pastor Anderson do Carmo, seu marido, ocorrido em junho de 2019 .
A aprovação do Conselho de Ética não conclui ainda a cassação da parlamentar. O parecer ainda será votado no Plenário da Câmara dos Deputados; caso aprovado, ela perderá o mandato.
Ó deputado Alexandre Leite (DEM-SP), relator do caso, afirmou que a motivação do crime foi a briga de poder entre Flordelis e o pastor. O relatório diz que a deputada matou o marido para exercer seu mandato de forma plena, sem a interferência de Ânderson — que, segundo o relatório, era quem era o deputado de fato.
“Eu diria que se existisse o crime de estelionato eleitoral o conceito dele estaria embasado no seu caso. Tentei, ao máximo, poupar esse Conselho de Ética de fatos trazidas neste processo, que, por si só, já configurariam quebra de decoro. Escândalos sexuais, abusos sexuais, adoção à brasileira, rachadinha. Muitas informações que não agregariam nada na justiça que se pretende fazer nesse relatório”, disse.
Defesa da deputada
Durante a reunião, Flordelis disse, chorando, que estava sendo cruficicada como “o Cristo da vez”, e que iria provar sua inocência.
“Eu não quebrei decoro parlamentar. Eu não realizei uma ação que pudesse trazer desonra a esse parlamento, ao contrário. Eu fui vítima da transformação do meu caso em um espetáculo, que foi o que trouxe a exposição desse parlamento. Todos vocês sabem como desconstruir políticos dá ibope (notoriedade), vende jornais e anúncios em horários nobres na TV."
Os advogados de Flordelis ainda tentaram adiar a sessão alegando que o Conselho de Ética não tinha "o conhecimento do devido processo legal".