Adriana Ferreira Almeida durante o seu julgamento, em 2016
Fabiano Rocha / Agência O Globo
Adriana Ferreira Almeida durante o seu julgamento, em 2016

Depois de 14 anos, a disputa judicial pela fortuna do ex-lavrador Renê Senna, assassinado em 2007, após ganhar na Mega-Sena, chegou ao fim. Em março, a filha do milionário, Renata Senna, foi autorizada pela Justiça a receber metade da bolada — avaliada atualmente em cerca de R$ 120 milhões. A outra parte vai ficar com os irmãos de Renê: no último dia 11, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um recurso da viúva Adriana Ferreira Almeida, condenada em dezembro de 2016 a 20 anos de prisão pelo homicídio , cujo objetivo era validar o testamento que a beneficiava.

A decisão confirma o entendimento da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, que, em 2018, anulou o testamento que dava à viúva direito à metade da fortuna. O Judiciário considerou que o milionário foi manipulado por Adriana, que já teria um plano para matá-lo. O acórdão, assim, reconheceu um testamento anterior, que dava a nove irmãos de Renê o direito à metade de seus bens.

O ex-lavrador foi executado a tiros em 7 de janeiro de 2007 no município de Rio Bonito, na Região Metropolitana fluminense. De acordo com a sentença que a condenou, Adriana encomendou a morte do marido após ele ter dito que iria excluí-la do testamento, pois sabia que estava sendo traído. Hoje, a defesa dos irmãos de Renê aguarda apenas o retorno do processo ao Rio para pedir a retirada da metade da herança.

Para que a fortuna seja dividida, imóveis de Senna já começaram a ser leiloados, por decisão da Justiça. Em meados de março, a Fazenda Nossa Senhora da Conceição, em Rio Bonito, onde Renê passou seus últimos sete meses de vida, foi vendida. A propriedade, de 9,3 quilômetros quadrados, estava abandonada e chegou a ser saqueada.

Pedido para trabalhar negado
Adriana Almeida teve um pedido para trabalhar fora da cadeia negado pela Justiça. A defesa da mulher que ficou conhecida como Viúva da Mega-Sena alegou à Vara de Execuções Penais (VEP) que ela, uma ex-cabeleireira, havia recebido uma proposta para se tornar empregada doméstica.

No entanto, técnicos da VEP checaram o pedido e informaram, em um relatório, que “a proprietária da residência não confirmou a proposta de emprego, declarando que não tem condições financeiras no momento para realizar a contratação de uma empregada doméstica”.

Com base no relatório, a juíza Beatriz de Oliveira Monteiro Marques negou o benefício de trabalho extramuros para Adriana — que conseguiu, em maio do ano passado, progredir do regime fechado para o semiaberto. Pouco tempo depois, a viúva de Renê recebeu autorização para passar o Natal na casa de sua mãe, em Tanguá, na Região Metropolitana do Rio. Ela cumpre pena no Instituto Penal Ismael Pereira Sirieiro, em Niterói.

Em setembro do ano passado, esgotaram-se todos os recursos possíveis, e Adriana foi condenada definitivamente pelo assassinato de Renê. Ela já cumpriu quatro anos da pena, contando o período em que ficou presa preventivamente, antes da sentença.

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