Suspeitos de chefiar milícias no Rio podem voltar para preísidio fluminense
Réus foram levados para presídio de Mossoró sob suspeita de estarem constrangendo testemunhas mesmo de dentro da cadeia
Medidas judiciais como o retorno ao Rio de Janeiro dos milicianos Maurício Silva da Costa, o Maurição, e Ronald Paulo Alves Pereira, apontados como chefes da organização criminosa que domina Rio das Pedras e Muzema, na Zona Oeste, são vistas como preocupantes para o combate a esse tipo de crime. Após dois anos e três meses no Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, ambos ganharam o direito de voltar para uma unidade do sistema penitenciário fluminense .
Em fevereiro, em outra decisão aquém da expectativa dos investigadores, o juiz Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo, da 19ª Vara Criminal, condenou a quatro anos de prisão o bombeiro Maxwell Simões, o Suel, por obstrução de Justiça no Caso Marielle. Apontado como braço direito do sargento da PM reformado Ronnie Lessa, réu pelos assassinatos de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018, Suel era o dono do carro usado para esconder as armas que estavam num apartamento do cúmplice.
"Considero muito grave a informação de que alguma medida favorece
as milícias
. O Judiciário precisa olhar para o sul da Itália e entender o que é enfrentar a máfia. Estamos falando de um grupo criminoso que tem projeto de poder
, que já matou políticos, uma juiza, e hoje o seu domínio crescente já submete mais de 2 milhões
de pessoas só na cidade do Rio de Janeiro ao seu terror", lamenta o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), que em 2008 presidiu a CPI das Milícias no Rio.