'Aliviada', diz ex-namorada após Jairinho ser indiciado por torturar sua filha
Cabeleireira manteve relacionamento com vereador de 2010 a 2014 e narrou em depoimento ter tido conhecimento de agressões a menina cerca de oito meses após o término
A cabeleireira de 31 anos que manteve um relacionamento com o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), entre 2010 e 2014, se disse “aliviada” ao saber do indiciamento do parlamentar por tortura contra sua filha, que tem atualmente 13 anos. O inquérito foi concluído pelo delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), nesta sexta-feira, dia 30. Em entrevista ao GLOBO, a moça disse ansiar pela conclusão das investigações.
— Estou aliviada e espero realmente que a Justiça seja feita nesse caso.
Após as investigações, em que foram ouvidas a criança, a mãe e a avó da menina, feito um pedido de prisão preventiva do parlamentar. A pena pelo crime de tortura majorada pode chegar a oito anos. A cabeleireira, mãe da menina, está sendo tratada como vítima em um outro inquérito por violência domestica na própria DCAV, a partir dos relatos de agressões sofrido.
Na DCAV, a menina contou ter tido a cabeça batida pelo então padrasto contra a parede do box de um banheiro e até ter sido pisada por ele nos fundos de uma piscina para que não conseguisse levantar e respirar. A avó da criança, que também foi ouvida pelos investigadores, relatou que, ao questionar o vereador sobre um machucado na testa da menina, ele respondeu que o ferimento foi provocado por uma batida no console do carro após uma freada brusca durante a ida a um shopping.
Em outra ocasião, disse a avó, a garota chegou com o braço imobilizado e Jairinho disse que ela teria se lesionado durante as aulas de judô. O professor da academia, também em depoimento, negou ter recordações desse episódio. A avó ainda disse ter estranhado o comportamento da neta quando ela lhe agarrou e, chorando e vomitando, pediu para que não a deixasse sair sozinha com Jairinho. Cerca de oito meses depois, ao assistir a um programa de televisão que abordava casos de violência doméstica, a menina admitiu as agressões que sofrera.
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Ao ser preso por policiais da 16ª DP, no dia 8 de abril, acusado pela morte do enteado Henry Borel, de 4 anos, Jairinho negou as acusações feitas pela ex-namorada. Em relação à filha da cabeleireira, o vereador disse que eles tinham uma relação “amistosa” e não mantinha com ela “grau de intimidade”, negando que tenha saído sozinho com a criança ou a levado a qualquer lugar que tivesse piscina. Ele também contestou as informações de que teria torcido o braço dela, dado “mocas” em sua cabeça e colocado um saco em seu rosto para sufocá-la.
Procurado por O GLOBO, o advogado Braz Sant’Anna, que representa Jairinho, informou que não irá se pronunciar sobre os procedimentos instaurados pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV).