Covid-19: Governo aguardou por colapso de oxigênio e mortes em ambulância
Servidora do Ministério da Saúde relatou ao Ministério Público como a pasta realizou a gestão da crise sanitária em Manaus
Paula Eliazar
, uma servidora do Ministério da Saúde
que participou da comitiva enviada a Manaus
, detalhou em depoimento
ao Ministério Público Federal como a gestão Bolsonaro
atuou às vesperas do colapso
no sistema de saúde no local devido a pandemia
do Covid-19
. Segundo a mulher, houve a espera de " colapso
de oxigênio", " óbitos
em ambulância" e falta de leitos
para que a transferência
de pacientes para outros estados fosse realizada. As informações são do jornal O Globo
.
“Essa decisão só será tomada em situação extremamente crítica”, é o que diz a indicação na ata de uma reunião, realizada entre o Ministério da Saúde e governantes do Amazonas a respeito da transferência de enfermos no dia 12 de janeiro. O encontrou ocorreu dois dias antes do colapso de oxigênio hospitalar e da falta de leitos.
A respeito do posicionamento "extremamente crítico", Paula disse que essa seria a "última estratégia que a gente tomaria... Era tirar os pacientes de dentro do estado para outros estados. A situação extremamente crítica é (ter) os hospitais todos superlotados onde a gente não tivesse nenhum leito para acolher essas pessoas, pacientes dentro de ambulâncias , indo a óbito e colapso de oxigênio ".
A servidora detalhou também que havia vazamento na tubulação de oxigênio , e que informou sobre o problema no local. "Reportei a necessidade tanto de melhorar questão de protocolos por parte dos profissionais de saúde, pelo volume de oxigênio que estava sendo usado para cada paciente, que estava, muitas vezes, incorreto . E a questão do vazamento . Pedi que pedissem aos engenheiros para conferir as réguas de oxigênio e o circuito elétrico."
A investigação do MPF diz respeito sobre a omissão do governo federal e estadual. Eduardo Pazuello , ex-ministro da Saúde; e o coronel Luiz Antônio Franco Duarte, secetário de Atenção Especializada em Saúde, estão sendo processados pelo Ministério Público Federal, junto a outras quatro pessoas, por improbidade administrativa. Caso condenados, podem pagar multas e ter direitos políticos suspensos .