Caso Henry: Dr. Jairinho impunha ‘rotina de violência’ a Henry, conclui polícia
Em pedido de prisão, delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra), afirmou que vereador e namorada apresentaram “versões mentirosas” para sustentar a tese de acidente doméstico
As investigações da Polícia Civil sobre a morte de Henry Borel Medeiros , de 4 anos, apontam que "há provas contundentes que revelam fundadas razões de autoria de crime hediondo ”. Na manhã desta quinta-feira (08), foram presos a mãe do menino, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, e o padrasto, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade). Depois de ouvir 18 testemunhas no inquérito, o delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), pôde concluir que o parlamentar “impunha uma rotina da violência ao enteado”.
Foram feitas perícias também nos 11 celulares e computadores apreendidos com o pai do menino, o engenheiro Leniel Borel de Almeida , além da sua ex-mulher e do vereador. Eles conseguiram recuperar mensagens trocadas entre a professora e a babá do menino , em 12 de fevereiro, que mostram a funcionária alertando a patroa sobre as agressões cometidas por Jairinho. Ela conta, através de um aplicativo de mensagens, que o vereador chegou em casa e chamou Henry para ir para o quarto.
A babá diz ter estranhado e contado que estava ouvindo um barulho de desenho animado vindo de uma televisão dentro do cômodo. Monique então insiste para que ela consiga entrar e chame por Henry. A funcionária então consegue levar a criança novamente para a sala e ela passa a relatar que o padrasto havia dado “uma banda” e chutado ele, “sendo que toda vez ele faz isso”.
Monique então insiste para saber mais detalhes sobre as violências e Henry passa a contar para a babá que Jairinho o alertou de que ele não “podia contar” e que ele “perturba a mãe” e que “tem que obedecer a ele, se não vai pegar ele”.
Para os policiais, Jairinho , Monique e a babá mentiram ao afirmar em depoimento que a família tinha uma boa relação. No documento, assinado por Damasceno, ele afirma que as conversas recuperadas também demonstram que a própria Monique ainda, “se omitiu diante da obrigação legal, uma vez que é agente garantidora”. A babá, por sua vez, estaria sendo influenciada pelos dois investigados.