Damares defende educação domiciliar: "fui barbaramente abusada na escola"
O relato da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos veio em resposta a uma fala da presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), que disse que a maioria dos abusos a crianças e adolescentes eram cometidos dentro de casa
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves
, disse nesta segunda-feira (5) que foi "barbaramente abusada"
em uma instituição de ensino. A fala foi feita enquanto a ministra defendia o Projeto de Lei PL 3179/12, que regulamenta a educação domiciliar
, uma das pautas defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As informações são do Correio Braziliense
.
A manifestação de Damares ocorreu após a presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães de Castro , mostrar seu posicionamento contrário ao Projeto de Lei. Maria Helena afirmou que a maioria dos relatos de abuso sexual contra crianças e adolescentes acontecem dentro de casa.
Damares respondeu que a presidente do CNE estava tentando "apequenar o debate" e, em seguida, relatou o abuso sofrido. Eu fui abusada, dos seis aos oito anos de idade, barbaramente abusada. E eu estava no âmbito da escola", disse.
"E a escola, naquela época, claro, uma realidade totalmente diferente, não percebeu, não leu os sinais que eu estava mandando, sendo violentada, e todo o sofrimento que eu passava. Então não justifica dizer que essas famílias, que querem educar os seus filhos, venham adotar essa modalidade [de ensino] para abusar dos seus filhos. Eu acho que é apequenar o debate", continuou Damares.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro , defendeu o PL que visa a regulamentação do ' homeschooling' e disse que a alegação sobre abusos ocorrerem dentro de casa é "descabida".
"A violência doméstica contra a criança ela existe desde o tempo passado, quando não se fala em homeschooling , disse o titular da Educação. "Então, não é o fato de a criança ir à escola que a livra da violência doméstica", disse Ribeiro.
O ministro da Educação também negou que a escola seja fundamental para a socialização dos estudantes; para ele, isso pode ser feito em outros espaços, e citou igrejas como exemplo.
"Existem modalidades como a própria família, clubes, bibliotecas e até mesmo as igrejas, por que não? São opções, são modalidades que a criança, o adolescente, vai poder se socializar."